Brasil não tem direito de crescer menos que a média mundial, diz Haddad
Na cerimônia do prêmio MELHORES E MAIORES, ministro da Fazenda disse esperar que país inicie novo ciclo de desenvolvimento de longo prazo
Repórter de macroeconomia
Publicado em 13 de setembro de 2023 às 22h29.
Última atualização em 13 de setembro de 2023 às 22h49.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse esperar que o Brasil esteja começando um ciclo de crescimento sustentável para os próximos anos, apoiado no controle de gastos públicos, nos benefícios da Reforma Tributária e no aprendizado de lições do passado recente.
"Este país não pode crescer menos que a média mundial. Não temos o direito de oferecer para a sociedade menos do que um crescimento superior à média mundial, com tudo o que o destino colocou nas nossas mãos. Temos o povo brasileiro, as riquezas naturais, nossas tradições culturais. É muita coisa para desperdiçar este momento", disse Haddad, no palco da cerimônia do prêmio MELHORES E MAIORES, na noite desta quarta-feira (13), em São Paulo.
"Estou muito otimista, espero que tenhamos um ciclo longo, depois de dez anos de muita dificuldade. Quem viveu na pele, 2013 a 2022, muitos desafios, alguns criados artificialmente, outros desafios externos que nos abateram, mas aquilo que a gente tinha de aprender a gente tem que ter aprendido. Agora é hora de colher os frutos, nos entendermos para o bem da nossa sociedade e voltarmos a pensar em uma grande nação", prosseguiu o ministro.
Haddad participou de um bate-papo com Mansueto Almeida, economista-chefe no banco BTG Pactual (do mesmo grupo de controle da EXAME). Na fala inicial, Mansueto destacou que o Brasil teve melhora de vários indicadores ao longo do ano, como queda no dólar frente ao real, baixa na inflação e crescimento do PIB acima do previsto.
O ministro disse considerar que uma das razões para a melhora dos indicadores ao longo de 2023 foi que o governo agiu rápido na economia, desde a posse. "Se a gente tivesse demorado, esperado para ver o que ia acontecer, teria perdido o bonde. Desde janeiro, foi um compasso de medidas cronologicamente organizadas, para gerar na sociedade a sensação de quem estava à frente da área econômica sabia o que o investidor e o trabalhador esperavam", comentou.
Em sua fala, Haddad disse que o governo Lula anunciará um plano de transição energética na próxima semana, para atrair mais investimentos no Brasil, e reafirmou esperar que a reforma tributária seja aprovada até outubro. Ele elogiou a atuação do Congresso desde a transição de governo e destacou o papel dos líderes das duas Casas para facilitar a aprovação de medidas.
O petista, no entanto, ressaltou que é preciso seguir atento para evitar que decisões de outras esferas de governo e de outros poderes comprometam o equilíbrio fiscal. "O que está sendo aprovado no Senado? E na Câmara? Qual é o ministro que teve uma grande ideia hoje? O que o Judiciário está decidindo? Você precisa ter esse olhar de vigilância para que a disciplina fiscal se transforme em algo natural do país", defendeu.
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