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Brasil lidera lista de países a se observar por desmatamento

Os satélites detectaram o equivalente a mais de 60 mil campos de futebol de desmatamento desde outubro no Território Indígena Kayapó na Amazônia brasileira

Desmatamento: depois do Brasil, os principais países para se observar são República Democrática do Congo, Indonésia e Papua Nova Guiné (Thinckstock/Thinkstock)

Desmatamento: depois do Brasil, os principais países para se observar são República Democrática do Congo, Indonésia e Papua Nova Guiné (Thinckstock/Thinkstock)

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Reuters

Publicado em 13 de dezembro de 2017 às 21h09.

Rio de Janeiro - O Brasil encabeçava nesta quarta-feira a lista dos lugares mais importantes do mundo a serem observados por conta do desmatamento, em uma nova iniciativa que usa satélites com capacidade quase em tempo real para destacar a redução de florestas.

Os satélites detectaram mais de 50 mil hectares de desmatamento - equivalente a mais de 60 mil campos de futebol - desde outubro no Território Indígena Kayapó na Amazônia brasileira, disse a Global Forest Watch (GFW), uma instituição norte-americana.

"Setembro viu a maioria dos incêndios já registrados em um único mês, e 2017 agora está se encaminhando para quebrar o recorde de mais incêndios em um único ano", disse a GFW.

"Embora haja um caso de seca, quase todos os incêndios são causados ​​pelo homem, provavelmente para limpar a floresta para a agricultura."

Incêndios florestais no Brasil e na Indonésia contribuíram para uma perda recorde na cobertura mundial de árvores em 2016, equivalente ao tamanho da Nova Zelândia, o que poderia acelerar o desmatamento atribuído à mudança climática, afirmou a GFW.

A iniciativa 'Places to Watch' fornece informações detalhadas sobre quando, onde e por que as florestas estão sendodesmatadas semanalmente.

Ela ajudará a monitorar as florestas e a proteger os direitos a terra em meio a cortes orçamentários para as instituições responsáveis ​​pela proteção dos povos indígenas do Brasil, disse Barbara Zimmerman, que lidera o trabalho do Fundo Internacional de Conservação do Canadá (IFC, na sigla em inglês) em Kayapó.

Cerca de 8 mil kayapós vivem em mais de 11 milhões de hectares de terras legalmente protegidas, uma das poucas áreas remanescentes de florestas não violadas nas extremidades da Amazônia, disse a GFW.

"Os kayapós e outros grupos indígenas estão realmente por conta própria", disse Zimmerman do ICF, que ajudou a GWF com sua pesquisa. "O governo não está presente ... não há lei".

Autoridades da Fundação Nacional do Índio (Funai) e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) não estavam disponíveis para comentar.

Depois do Brasil, os principais países para se observar o desmatamento esta semana são República Democrática do Congo, Indonésia e Papua Nova Guiné. A lista fornece informações detalhadas sobre quando, onde e por que as florestas estão sendo desmatadas semanalmente.

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