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Brasil está na iminência do maior colapso de saúde pública, diz Doria

O Brasil está há mais de 40 dias com a média diária de mortes por covid-19 acima de mil e batendo sucessivos recordes nos números da pandemia

Governador de São Paulo, João Doria (Governo do Estado de São Paulo/Divulgação)

Governador de São Paulo, João Doria (Governo do Estado de São Paulo/Divulgação)

GG

Gilson Garrett Jr

Publicado em 5 de março de 2021 às 13h17.

O Brasil está há mais de 40 dias com a média diária de mortes por covid-19 acima de mil. Do Nordeste ao Sul do país, governos estaduais e municipais implementam quarentenas e toques de recolher de forma mais intensificada a partir deste fim de semana. Para o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), é questão de tempo para que o país entre em colapso no atendimento de saúde.

“Fico muito triste de que a saúde pública está na iminência de enfrentar um verdadeiro colapso. Uma situação trágica, dramática, na iminência do maior colapso de saúde pública do mundo. Com o maior número de mortes, infecções, o presidente viaja, promove aglomerações, fala chega de ‘mimimi’. Se o Brasil tem vacinas, é graças ao Instituto Butantan”, disse Doria em entrevista coletiva nesta sexta-feira, 5.

A fala do governador se referia ao comentário que o presidente Jair Bolsonaro fez na quinta-feira, 4. Em evento de inauguração de trecho da ferrovia Norte-Sul, em São Simão (GO), o presidente disse que a pandemia era “frescura” e questionou: “vão ficar chorando até quando?”

Nesta sexta-feira, a ocupação dos leitos de UTI para covid-19 no SUS atingiu a zona de alerta crítica em 18 estados e no Distrito Federal, segundo boletim do Observatório Covid-19 da Fiocruz divulgado em 1° de março. São classificados dessa forma os locais em que a proporção de vagas ocupadas supera os 80%. Santa Catarina tinha a situação mais grave do país, com 99% de ocupação.

Para tentar evitar este cenário, a partir da meia-noite de sábado, 6, todo o estado de São Paulo entra na fase vermelha da quarentena, a mais restrita em que somente os serviços essenciais podem funcionar. Tudo o que estiver fora desta lista, como shoppings, comércio de rua, bares, salões de beleza e academia, deve ficar fechado por duas semanas.

O secretário da Saúde do estado de São Paulo, Jean Gorinchteyn, classificou as medidas como "guerra". "Essa guerra de inimigo invisível faz com que neguem o que está acontecendo no nosso país. Negam dentro da nossa própria sociedade. Nos questionam sobre as medidas de restrição. Estamos em guerra. Queremos que as pessoas tenham consciência", disse ele em entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes nesta sexta-feira.

(Com Agência Brasil)

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