Brasil é jovem, mas tem aposentadoria de país velho
País ainda é jovem, mas gastos com aposentadorias superam os do Japão e de outras nações mais idosas
Da Redação
Publicado em 27 de março de 2012 às 15h45.
São Paulo - O Brasil ainda é um país jovem, mas seus gastos com previdência superam os de nações mais idosas. O pagamento de aposentadorias e benefícios responde por quase 13% do PIB brasileiro. A taxa é superior à registrada em países como Japão e Alemanha, que têm um percentual de idosos três vezes maior que o do Brasil.
Para cada 100 brasileiros entre 15 e 64 anos, há dez idosos (acima de 65 anos). No Japão, a proporção é de 33 idosos para cada 100 pessoas economicamente ativas. Ainda assim, os gastos japoneses com o sistema previdenciário equivalem 9% do PIB do país.
Na Alemanha, onde os custos com a previdência representam 11% do PIB, são 31 idosos para cada 100 pessoas ativas.
“O perfil de contribuição e a idade de aposentadoria são diferentes e ajudam a explicar essa diferença nos custos entre os países”, diz Bernardo Lanza Queiroz, professor do departamento de demografia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
No Japão, por exemplo, a idade média de aposentadoria é de 70 anos, enquanto no Brasil quem se aposenta por tempo de contribuição no setor privado deixa de trabalhar em média aos 54 anos de idade.
“Estamos vivendo cada vez mais, mas o sistema previdenciário não está preparado para isso. Se vivemos mais, o lógico é trabalhar mais”, diz Ana Camarano, economista do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
Para ela, aumentar a idade mínima para a aposentadoria ajudaria a reduzir os custos do sistema. O país já tem dado passos nesse sentido, afirma Ana, com a introdução do fator previdenciário em 1998, por exemplo.
“O ponto não é o valor do benefício, mas o número de aposentados”, afirma. No caso dos trabalhadores do setor privado, o benefício vai de um salário mínimo (R$ 622) até R$ 3.916,20. “A exceção é a aposentadoria do setor público, que em alguns casos são valores elevadíssimos, mas que está em processo de mudança”, diz.
Depois de algumas alterações na legislação do setor em 2004, o governo agora tenta aprovar no Senado a reforma das aposentadorias dos servidores públicos federais. A proposta é estabelecer o mesmo teto pago para quem se aposenta pela iniciativa privada para novos funcionários.
“Essas mudanças são essenciais agora, porque o Brasil passa pelo processo de envelhecimento populacional e, em 2050, por exemplo, vamos ter 36 idosos para cada 100 pessoas em idade ativa”, diz Queiroz, da UFMG.
São Paulo - O Brasil ainda é um país jovem, mas seus gastos com previdência superam os de nações mais idosas. O pagamento de aposentadorias e benefícios responde por quase 13% do PIB brasileiro. A taxa é superior à registrada em países como Japão e Alemanha, que têm um percentual de idosos três vezes maior que o do Brasil.
Para cada 100 brasileiros entre 15 e 64 anos, há dez idosos (acima de 65 anos). No Japão, a proporção é de 33 idosos para cada 100 pessoas economicamente ativas. Ainda assim, os gastos japoneses com o sistema previdenciário equivalem 9% do PIB do país.
Na Alemanha, onde os custos com a previdência representam 11% do PIB, são 31 idosos para cada 100 pessoas ativas.
“O perfil de contribuição e a idade de aposentadoria são diferentes e ajudam a explicar essa diferença nos custos entre os países”, diz Bernardo Lanza Queiroz, professor do departamento de demografia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
No Japão, por exemplo, a idade média de aposentadoria é de 70 anos, enquanto no Brasil quem se aposenta por tempo de contribuição no setor privado deixa de trabalhar em média aos 54 anos de idade.
“Estamos vivendo cada vez mais, mas o sistema previdenciário não está preparado para isso. Se vivemos mais, o lógico é trabalhar mais”, diz Ana Camarano, economista do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
Para ela, aumentar a idade mínima para a aposentadoria ajudaria a reduzir os custos do sistema. O país já tem dado passos nesse sentido, afirma Ana, com a introdução do fator previdenciário em 1998, por exemplo.
“O ponto não é o valor do benefício, mas o número de aposentados”, afirma. No caso dos trabalhadores do setor privado, o benefício vai de um salário mínimo (R$ 622) até R$ 3.916,20. “A exceção é a aposentadoria do setor público, que em alguns casos são valores elevadíssimos, mas que está em processo de mudança”, diz.
Depois de algumas alterações na legislação do setor em 2004, o governo agora tenta aprovar no Senado a reforma das aposentadorias dos servidores públicos federais. A proposta é estabelecer o mesmo teto pago para quem se aposenta pela iniciativa privada para novos funcionários.
“Essas mudanças são essenciais agora, porque o Brasil passa pelo processo de envelhecimento populacional e, em 2050, por exemplo, vamos ter 36 idosos para cada 100 pessoas em idade ativa”, diz Queiroz, da UFMG.