Adis-Abeba - Brasil e Etiópia reforçaram nesta sexta-feira suas relações bilaterais com a assinatura em Adis-Abeba de quatro acordos em matéria de agricultura, educação, aviação e ciência e tecnologia.

Os acordos, dos quais não foram divulgados detalhes, foram firmados em um ato ministerial perante os jornalistas realizado após a reunião entre a presidente Dilma Rousseff e o primeiro-ministro etíope, Hailemariam Desalegn.

Os dois líderes, que não falaram com a imprensa, abordaram também a futura cooperação entre os países nos âmbitos da mineração e investimentos financeiros, confirmaram à Agência Efe fontes do Ministério das Relações Exteriores brasileiro.

'Esta é uma visita importante, um ponto de inflexão nas relações etíope-brasileiras', afirmou o vice-ministro das Relações Exteriores etíope, Berhane Gebrekiristos, após a assinatura dos acordos.

O representante da diplomacia etíope destacou o compromisso político do Brasil para intensificar a cooperação com a Etiópia nos setores de infraestrutura e mineração.

Acompanhada de vários ministros, entre eles o de Relações Exteriores, Antonio Patriota, Dilma chegou hoje à capital etíope para participar neste sábado da cerimônia de celebração do cinquentenário da Organização da Unidade Africana (OUA), antecessora da atual União Africana (UA).

A presidente, única chefe de Estado latino-americana que estará na comemoração do jubileu de ouro da OUA, discursará amanhã perante o plenário de líderes da UA, que realiza nesta semana sua 21ª Cúpula sob o lema 'Panafricanismo e Renascimento Africano'.

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Dilma deve assinar amanhã um acordo com a União Africana para fomentar a troca de professores entre as universidades de Brasil e África.

Antes de viajar junto com a presidente, Patriota disse que, com sua participação nestes atos, Dilma 'reafirmará' as estreitas relações que o Brasil teceu com a África durante a última década.

O Brasil mantém com dezenas de países africanos vastos programas de cooperação em diversas áreas, com ênfase em desenvolvimento agrário, saúde, biocombustíveis, petróleo e gás, meio ambiente, comércio e educação, entre outras.

Na última década também se fomentaram os vínculos políticos e o Brasil abriu embaixadas em 19 países da África, com o que elevou a 37 suas missões diplomáticas nesse continente.

Nesses mesmos dez anos, Brasília se tornou a capital da América Latina com o maior número de embaixadas de países africanos, que hoje somam 18.

Esse interesse diplomático cresce de braços dados com um forte aumento dos vínculos comerciais, com fluxos de troca entre Brasil e o continente africano que passaram de US$ 5 bilhões em 2000 para US$ 26,5 bilhões em 2012.

Esta será a terceira viagem de Dilma a um país africano neste ano, o que, segundo Patriota, reafirma o 'interesse estratégico' que o Brasil confere a esse continente.