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Brasil e Argentina discutirão controvérsias e alianças

A presidente Dilma Rousseff será recebida pela argentina Cristina Kirchner nesta quinta-feira

Presidentes Dilma Rousseff e Cristina Kirchner: outra questão sensível que estará sobre a mesa de negociações é a decisão da Vale de abandonar um megaprojeto de fabricação e transporte de potássio. (AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 24 de abril de 2013 às 14h39.

Buenos Aires - A presidente Dilma Rousseff será recebida pela argentina Cristina Kirchner nesta quinta-feira, em um encontro destinado a fortalecer a aliança estratégica bilateral e discutir controvérsias econômicas em função da integração regional.

"Temos uma agenda muito ampla com a Argentina. Sempre discutimos todas as relações, as comerciais, os investimentos (...) Vamos discutir todos os assuntos", declarou Dilma antes de viajar.

"A agenda de trabalho está sendo definida nesta quarta, mas a visita da presidente brasileira poderá estender-se até sexta", afirmou à AFP uma fonte governamental que não quis ser identificada.

Um amplo leque de temas pendentes inclui, do lado brasileiro, a preocupação com a queda das exportações para a Argentina.

Os argentinos, em compensação, se preocupam com a decisão da brasileira Vale de suspender um projeto em Mendonza e com o desequilíbrio no comércio de autopeças, revelam fontes diplomáticas.

A cúpula de Buenos Aires acontece logo após a eleição do magnata do Partido Colorado Horacio Cartes como presidente do Paraguai, o que deve permitir que o país volte para um enfraquecido Mercosul.

O Paraguai foi excluído do bloco e da Unasul por causa da polêmica destituição do presidente Fernando Lugo, em junho passado.

A Venezuela também renovou sua liderança ao eleger Nicolás Maduro para o lugar deixado por Hugo Chávez. A morte de Chávez causou a suspensão deste encontro Kirchner-Rousseff, que seria realizado em 7 de março.

O Senado do Paraguai ainda deve aprovar ou não a entrada da Venezuela no bloco.


Em termos comerciais, as exportações globais argentinas "acumulam no primeiro trimestre do ano um crescimento de 7% interanual, que se explica pelos maiores envios ao Brasil", segundo um relatório da consultora privada Abeceb.com ao qual a AFP teve acesso.

Mas o comércio de autopeças entre os países é deficitário para a Argentina, com um desequilíbrio de 8 bilhões de dólares anuais, segundo dados do Ministério argentino da Indústria, quando se aproxima o vencimento, na metade do ano, do Pacto Automotivo Comum (PAC).

A liberação do comércio automotivo, caso o PAC caduque, não é uma alternativa bem vista pela Argentina e se espera uma negociação ou uma extensão automática do acordo por outros dois anos, segundo fontes industriais argentinas.

Do lado brasileiro, a Argentina é seu terceiro sócio comerciais depois de China e Estados Unidos, mas o comércio bilateral retrocedeu no ano passado, um fenômeno atribuído por exportadores brasileiros às barreiras e requisitos impostos por Kirchner.

O Brasil vendeu à Argentina 17,998 bilhões de dólares, um retrocesso de 20,7% frente aos 22,709 bilhões de 2011, ao mesmo tempo em que suas importações se contraíram 2,7% e somaram 16,444 bilhões de dólares em 2012, segundo dados oficiais brasileiros.

O déficit comercial argentino, que em 2011 foi de 5,802 bilhões de dólares, caiu para 1,554 bilhão de dólares no ano passado.

O ministro brasileiro da Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, assegurou que o governo está disposto a sacrificar um superávit elevado com a Argentina, em troca de um aumento do fluxo comercial.


Outra questão sensível que estará sobre a mesa de negociações é a decisão da Vale de abandonar um megaprojeto de fabricação e transporte de potássio, um insumo para a indústria de agroquímicos.

O argumento da empresa é que o custo do investimento aumentou de 6 a 12 bilhões de dólares, segundo um assessor da Vale, em uma audiência no Congresso argentino em 9 de abril passado.

Um gesto apreciado na Argentina antes da viagem de Dilma foi um esclarecimento da Embraer de que a Argentina não está envolvida nos pagamentos de suborno na compra de aviões pela reestatizada Austral.

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Buenos Aires - A presidente Dilma Rousseff será recebida pela argentina Cristina Kirchner nesta quinta-feira, em um encontro destinado a fortalecer a aliança estratégica bilateral e discutir controvérsias econômicas em função da integração regional.

"Temos uma agenda muito ampla com a Argentina. Sempre discutimos todas as relações, as comerciais, os investimentos (...) Vamos discutir todos os assuntos", declarou Dilma antes de viajar.

"A agenda de trabalho está sendo definida nesta quarta, mas a visita da presidente brasileira poderá estender-se até sexta", afirmou à AFP uma fonte governamental que não quis ser identificada.

Um amplo leque de temas pendentes inclui, do lado brasileiro, a preocupação com a queda das exportações para a Argentina.

Os argentinos, em compensação, se preocupam com a decisão da brasileira Vale de suspender um projeto em Mendonza e com o desequilíbrio no comércio de autopeças, revelam fontes diplomáticas.

A cúpula de Buenos Aires acontece logo após a eleição do magnata do Partido Colorado Horacio Cartes como presidente do Paraguai, o que deve permitir que o país volte para um enfraquecido Mercosul.

O Paraguai foi excluído do bloco e da Unasul por causa da polêmica destituição do presidente Fernando Lugo, em junho passado.

A Venezuela também renovou sua liderança ao eleger Nicolás Maduro para o lugar deixado por Hugo Chávez. A morte de Chávez causou a suspensão deste encontro Kirchner-Rousseff, que seria realizado em 7 de março.

O Senado do Paraguai ainda deve aprovar ou não a entrada da Venezuela no bloco.


Em termos comerciais, as exportações globais argentinas "acumulam no primeiro trimestre do ano um crescimento de 7% interanual, que se explica pelos maiores envios ao Brasil", segundo um relatório da consultora privada Abeceb.com ao qual a AFP teve acesso.

Mas o comércio de autopeças entre os países é deficitário para a Argentina, com um desequilíbrio de 8 bilhões de dólares anuais, segundo dados do Ministério argentino da Indústria, quando se aproxima o vencimento, na metade do ano, do Pacto Automotivo Comum (PAC).

A liberação do comércio automotivo, caso o PAC caduque, não é uma alternativa bem vista pela Argentina e se espera uma negociação ou uma extensão automática do acordo por outros dois anos, segundo fontes industriais argentinas.

Do lado brasileiro, a Argentina é seu terceiro sócio comerciais depois de China e Estados Unidos, mas o comércio bilateral retrocedeu no ano passado, um fenômeno atribuído por exportadores brasileiros às barreiras e requisitos impostos por Kirchner.

O Brasil vendeu à Argentina 17,998 bilhões de dólares, um retrocesso de 20,7% frente aos 22,709 bilhões de 2011, ao mesmo tempo em que suas importações se contraíram 2,7% e somaram 16,444 bilhões de dólares em 2012, segundo dados oficiais brasileiros.

O déficit comercial argentino, que em 2011 foi de 5,802 bilhões de dólares, caiu para 1,554 bilhão de dólares no ano passado.

O ministro brasileiro da Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, assegurou que o governo está disposto a sacrificar um superávit elevado com a Argentina, em troca de um aumento do fluxo comercial.


Outra questão sensível que estará sobre a mesa de negociações é a decisão da Vale de abandonar um megaprojeto de fabricação e transporte de potássio, um insumo para a indústria de agroquímicos.

O argumento da empresa é que o custo do investimento aumentou de 6 a 12 bilhões de dólares, segundo um assessor da Vale, em uma audiência no Congresso argentino em 9 de abril passado.

Um gesto apreciado na Argentina antes da viagem de Dilma foi um esclarecimento da Embraer de que a Argentina não está envolvida nos pagamentos de suborno na compra de aviões pela reestatizada Austral.

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