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Brasil deve conter alta do real para evitar ‘doença holandesa’

Uma valorização da moeda poderia comprometer as receitas de exportação do país

Mantega, ministro da Fazenda: Barclays vê como positivas as tentativas de conter o real (José Cruz/AGÊNCIA BRASIL)

Mantega, ministro da Fazenda: Barclays vê como positivas as tentativas de conter o real (José Cruz/AGÊNCIA BRASIL)

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Da Redação

Publicado em 23 de fevereiro de 2011 às 08h34.

Tóquio - A economia brasileira se recuperou da crise financeira global e precisa enfrentar o despertar da “doença holandesa” que pode comprometer seu crescimento, segundo o Barclays Plc.

A maior economia da América do Sul está mostrando os primeiros sintomas do mal, com a produção industrial estável desde o começo do ano e contração das exportações líquidas em bases ajustadas pela inflação, de acordo com Marcelo Figueiredo Salomon, economista-chefe para o Brasil no Barclays Plc em Nova York.

O termo “doença holandesa” foi criado pela revista The Economist para descrever o aumento de receita com novos campos de gás natural na Holanda durante a década de 1960, que levou a uma apreciação da moeda e corroeu outras receitas de exportação.

O fortalecimento do real pode afetar negativamente a economia brasileira e deve ser contido, disse Salomon, ontem em Tóquio. Os esforços do Brasil para manter o dólar em torno de R$ 1,65 foram viáveis, disse ele.

A taxa de câmbio chegou até R$ 1,6435 por dólar em 3 de janeiro, cotação registrada pela última vez em setembro de 2008. Nos últimos dois meses, a taxa ficou em torno de R$ 1,65 e R$ R$ 1,70 e deve permanecer assim até o final de junho e dezembro, segundo a projeção mediana de 19 analistas ouvidos pela Bloomberg.

A inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo - 15 subiu 0,97 por cento em fevereiro, elevando o índice acumulado em 12 meses para 6,08 por cento, disse ontem o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. O IPCA-15 se acelerou para o nível mais alto em quase oito anos. O Banco Central elevou a taxa básica de juros para 11,25 por cento no mês passado, a mais alta desde março de 2009.

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