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Brasil confirma caso de sarampo após 3 anos sem a doença

Sete registros, entre eles o caso confirmado em um bebê, são de cidadãos venezuelanos que migraram para o Brasil afetados pela crise no país vizinho

Sarampo: "Essa é uma doença altamente contagiosa, com facilidade de provocar surtos", alerta a médica Isabella Ballalai, presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (foto/Getty Images)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 21 de fevereiro de 2018 às 13h47.

São Paulo - Livre do sarampo há quase três anos, o Brasil informou nesta terça-feira, 20, ter registrado um caso confirmado da doença e outros sete suspeitos no Estado de Roraima , diz o jornal O Estado de S. Paulo na edição desta quarta-feira, 21. Sete registros - entre eles o caso confirmado em um bebê - são de cidadãos venezuelanos que migraram para o Brasil afetados pela crise no país vizinho, onde surtos de sarampo e malária são realidade. A doença também é investigada em um bebê brasileiro, morador de Boa Vista.

Os dados causaram alerta no Ministério da Saúde diante da possibilidade da expansão do vírus entre imigrantes e brasileiros não vacinados. A preocupação se justifica principalmente pelo fato de a cobertura da vacina tríplice viral (que protege contra o sarampo) estar abaixo do esperado em várias regiões do País. Em Roraima, apenas 84% do público-alvo recebeu as duas doses da vacina no ano passado, enquanto a meta é imunizar 95% desse grupo.

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"Essa é uma doença altamente contagiosa, com facilidade de provocar surtos. Mesmo que tenhamos cidades ou áreas com altas coberturas, alguns bolsões com baixo índice de vacinados podem registrar surtos", alerta a médica Isabella Ballalai, presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm).

A ameaça, caso se concretize, também pode fazer o Brasil perder o certificado de eliminação do sarampo, emitido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2016.

Dados do ministério mostram que apenas um Estado brasileiro - o Ceará - registrou cobertura dentro da meta no ano passado (98%). Em todas as outras unidades da federação, a taxa é inferior a 95%, chegando a apenas 51% no Maranhão e no Rio Grande do Norte, Estados com as menores coberturas. Na média do País, apenas 68% do público-alvo tomou as duas doses da tríplice viral em 2017.

Em São Paulo, o índice de vacinados ficou em 64% em 2017. A Secretaria da Saúde paulista informou que a doença está controlada e não há registro de casos desde 2015.

Medidas

Diante do quadro em Roraima, o Ministério da Saúde vai enviar, a pedido do governo do Estado, 80 mil doses extras do imunizante para intensificar a vacinação em brasileiros e imigrantes. Em Roraima, 1,9 mil venezuelanos foram vacinados desde o dia 13.

Uma equipe do ministério viajou para o Estado para auxiliar no planejamento das atividades de investigação e imunização. Ainda nesta semana, a pasta "realizará um treinamento para os profissionais de saúde do Estado e da capital Boa Vista, sobre aspectos gerais da doença e ações de vigilância epidemiológica".

A partir do dia 3, o governo do Estado realizará uma campanha de vacinação em todos os 15 municípios para evitar o surto. A expectativa é de fazer uma busca de casa em casa para localizar quem não foi imunizado.

Europa. Falhas nas ações de vacinação provocam surtos de sarampo também na Europa. Nesta terça, a OMS informou que o número de casos da doença no continente subiu de 5.273 em 2016 para 21.315 em 2017.

De acordo com a OMS, a explosão de registros foi acompanhada por grandes surtos (quando 100 ou mais casos são notificados) em 15 dos 53 países europeus.

 

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