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Brasil busca aliança latino-americana para exportação agrícola

Ministro da Agricultura do país se reuniu com sul-americanos para fechar acordos conjuntos de vendas

Juntos Brasil, Argentina e Paraguai têm metade da produção mundial de soja (Divulgação/EXAME)

Juntos Brasil, Argentina e Paraguai têm metade da produção mundial de soja (Divulgação/EXAME)

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Da Redação

Publicado em 22 de outubro de 2010 às 10h33.

Santiago - O Brasil quer criar uma parceria com a Argentina e outros países sul-americanos produtores de grãos e oleaginosas para fechar acordos conjuntos com compradores da Ásia e outros mercados, segundo o ministro brasileiro da Agricultura, Wagner Rossi.

Rossi se encontrou com o ministro da pasta agrícola argentina, Julián Domínguez, e ministros do Chile, Paraguai e Uruguai ontem em Santiago. O Brasil tenta criar políticas “consistentes” com seus vizinhos, disse Rossi em uma entrevista em Santiago.

Um acordo entre Argentina, Brasil e Paraguai deve combinar cerca de metade da produção mundial de soja, segundo dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos. Argentina e Brasil também estão entre os três maiores exportadores mundiais de milho, segundo o departamento americano. A China é o maior importador mundial de soja.

“Podemos começar um novo futuro em que poderemos estar associados”, disse Rossi. “Desta forma, se tivermos um tipo de acordo como esse, nós não poderemos ser manipulados por compradores.”

A soja subiu 21 por cento no ano passado por causa do aumento da demanda da China, chegando ontem à maior cotação desde junho de 2009. O milho teve uma alta de 41 por cento no ano passado.

O Brasil não quer elevar os preços dos alimentos ou “manipular os mercados” por meio da aliança, disse Rossi. A maior economia da América Latina é a maior produtora mundial de café e açúcar, e é a segunda maior produtora de soja, atrás dos EUA.


Disputa por óleo de soja

A China suspendeu as importações do óleo de soja da Argentina por causa de disputas comerciais envolvendo produtos que vão de têxteis a material de cozinha. O país asiático reiniciou as importações do óleo argentino no começo deste mês, disseram em 15 de outubro três executivos familiarizados com a transação.

O Brasil também enfrentou disputas comerciais com a China na Organização Mundial do Comércio durante a década passada após o país asiático ter banido os embarques de grãos contaminados. A China também é o maior consumidor mundial de metais, carne suína e algodão, e ocupa a segunda posição no consumo de petróleo, milho e açúcar.

Forte demanda

As importações chinesas de soja para o ano que começou em 1 de outubro devem aumentar de cerca de 50 milhões de toneladas em 2009-2010 para 54 milhões de toneladas, disse o Centro Chinês de Informações de Grãos e Óleos em um comunicado distribuído ontem por e-mail. O volume se compara a uma estimativa de 55 milhões de toneladas do Departamento de Agricultura dos EUA.

“O que estamos vendo é uma demanda forte por soja” pela China, disse hoje Jonathan Barratt, diretor geral da Commodity Broking Services Pty., em Sidnei.

A China deve importar até 15 milhões de toneladas de milho em 2015 com a demanda superando a oferta interna e o país entrando em uma “nova era” de compras externas, disse o Conselho de Grãos dos EUA em julho, citando o Shanghai JC Intelligence Co. As importações de milho devem totalizar 1,7 milhão de toneladas este ano e 5,8 milhões no próximo, disse o conselho, citando o presidente do Shanghai JC, Hanver Li.

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