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Bolsonaro vai receber viúva de Ustra nesta quinta

Ustra está entre os nomes apontados pela Comissão Nacional da Verdade como responsáveis por crimes durante a ditadura militar

Carlos Alberto Brilhante Ustra: Bolsonaro receberá a viúva do ex-comandante do DOI-Codi (Wilson Dias/Agência Brasil)

Carlos Alberto Brilhante Ustra: Bolsonaro receberá a viúva do ex-comandante do DOI-Codi (Wilson Dias/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 8 de agosto de 2019 às 06h23.

Última atualização em 8 de agosto de 2019 às 11h36.

Brasília — O presidente Jair Bolsonaro vai receber nesta quinta-feira (08) Maria Joseíta Silva Brilhante Ustra, viúva do ex-comandante do DOI-Codi Carlos Alberto Brilhante Ustra, morto em 2015.

Ustra está entre os nomes apontados pela Comissão Nacional da Verdade (CMV) como responsáveis por crimes durante a ditadura militar (1964-1985).

Bolsonaro já fez diversas declarações de apoio a Ustra. A fala mais famosa ocorreu quando o atual presidente era deputado federal, em 2016, ao votar pelo impeachment da então presidente Dilma Rousseff.

O presidente tem causado divergência ao negar os crimes cometidos pela ditadura. Na última semana, disse que o pai do presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, foi morto pela esquerda naquele período.

Dias antes da fala de Bolsonaro, porém, a Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos, vinculada ao governo, havia reconhecido que a morte de Fernando Augusto Santa Cruz de Oliveira, pai de Felipe, em 1974, ocorreu "em razão de morte não natural, violenta, causada pelo Estado Brasileiro".

Em um café da manhã com jornalistas estrangeiros no último dia 19, o presidente afirmou que a jornalista Miriam Leitão foi presa quando estava indo para a Guerrilha do Araguaia e que mentiu sobre ter sido torturada.

Miriam foi militante do PCdoB, onde atuou em atividades de propaganda, e nunca se envolveu na luta armada. Ela foi presa e torturada, grávida, aos 19 anos, no 38º Batalhão de Infantaria em Vitória.

Em entrevista à rádio Jovem Pan em junho de 2016, o então deputado federal Jair Bolsonaro disse que “o erro da ditadura foi torturar e não matar”.

Em maio de 1999, na TV Bandeirantes, Bolsonaro disse que na ditadura “deviam ter fuzilado uns 30 mil corruptos, a começar pelo presidente Fernando Henrique, o que seria um grande ganho para a Nação”.

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