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Bolsonaro vai a Israel na data certa — certa para Netanyahu

Mostrar força internacional é fundamental para atual premiê, envolvido em escândalos de corrupção, se manter no cargo. Israelenses vão às urnas em abril

NETANYAHU: em busca do quarto mandato, ele antecipou as eleições / Ronen Zvulun/Reuters
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Da Redação

Publicado em 29 de março de 2019 às 07h02.

Última atualização em 29 de março de 2019 às 07h33.

Jair Bolsonaro inicia domingo sua terceira viagem internacional no cargo. Depois de visitar Estados Unidos e Chile, desta vez o presidente vai a Israel, considerado um aliado estratégico de seu governo. A grande dúvida na mesa é se o governo brasileiro levará adiante a polêmica ideia de transferir a embaixada do Brasil de Tel Aviv para Jerusalém, seguindo a estratégia de Donald Trump.

Se na visita aos Estados Unidos Bolsonaro foi criticado pela oposição por fazer concessões em troca de promessas, como o apoio à entrada na OCDE, desta vez tende a ser cobrado por embarcar na campanha presidencial alheia. O pressionadíssimo primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, está na reta final de sua campanha contra o centrista Benny Gantz, para eleições marcada para o dia 9 de abril.

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Aos 70 anos e considerado um herói de guerra, Netanyahu convocou o atual pleito no véspera do Natal, num momento de intenso escrutínio sobre seus governos — ele tenta o quarto mandato consecutivo. Ele é suspeito de suborno e tem contra si três acusações de corrupção que envolvem benefícios a empresas privadas.

As denúncias enfraqueceram Netanyahu a ponto de fazer sua derrota possível. Seu adversário, Benny Gantz, é um general do Exército de 59 anos sem experiência política. Em sua campanha, tem defendido que “nenhum líder israelense é rei”. “Agradeço a Netanyahu por seus 10 anos de serviço. Continuaremos a partir daqui”, é outro mote da campanha. Sua maior bandeira é não ser Netanyahu.

Mostrar força internacional é fundamental para o atual primeiro-ministro se manter no cargo. Neste contexto, a visita de Bolsonaro vem a calhar. Para o Brasil, o risco é que os interesses internos de um goveno em fim de mandato em Israel levem Bolsonaro a selar compromissos como a transferência da embaixada. O ato importaria para o Brasil o conflito com os palestinos e pode levar a retaliação da comunidade árabe. Em 2018, as exportações brasileiras para Israel somaram 321 milhões de dólares, ante 11,5 bilhões de dólares para os países árabes.

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