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Bolsonaro: questão ambiental e gênero foram prioridade na escolha da PGR

"Se eu botar um cara para combater à corrupção favorável à 'ideologia de gênero”, fim da família e essas patifarias, eu não vou fazer isso", disse.

11/07/2019 Jair Bolsonaro (Adriano Machado/Reuters)

João Pedro Caleiro

Publicado em 5 de setembro de 2019 às 19h07.

Última atualização em 5 de setembro de 2019 às 19h55.

São Paulo - O presidente Jair Bolsonaro defendeu nesta quinta-feira (05) a sua decisão de escolher Augusto Aras, para o cargo de Procurador-Geral da República.

Pela primeira vez desde 2003 não é escolhido um nome da lista tríplice elaborada pelos próprios procuradores, o que é visto como uma forma de manter a autonomia e força política do órgão.

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A Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), responsável pela eleição da lista tríplice , classificou a escolha de Aras como "maior retrocesso democrático e institucional do MPF em 20 anos”.

Em uma transmissão ao vivo em que falava a um grupo de apoiadores, Bolsonaro admitiu que está sendo questionado e explicou sua decisão:

"To recebendo muita crítica de gente que votou em mim. Se não acreditam em mim [para] continuar fazendo esse trabalho de não acreditar, se eu caio mais cedo, mais cedo o PT volta", disse o presidente.

Ele destacou os critérios usados pela escolha, em que a prioridade foram as questões ambientais e de gênero ao invés do combate à corrupção e associação com a Lava Jato:

"Pessoal fica radical: tem que botar um cara da Lava Jato. Tudo bem. O cara é radical, quer acabar com corrupção, mas é um cara que é “xiita” na questão ambiental. Eu não posso abrir uma estrada que ela vai ser contestada. Eu não posso procurar um trabalho melhor para o produtor rural, que vai ter problema", disse ele.

"Um radical que é favorável à “ideologia de gênero”. Se eu botar um cara para combater à corrupção que é favorável à “ideologia de gênero”, fim da família e essas patifarias que estão ai, eu não vou fazer isso", completou.

O presidente também pediu para a população "dar um tempo ao novo procurador" e comentou sobre outros nomes que haviam sido cotados.

Raquel Dodge, atual procuradora-geral cujo mandato termina no próximo dia 17, "estava na fita e teve problemas", disse o presidente em referência aos procuradores da Lava Jato que entregaram seus cargos em protesto ontem.

Bolsonaro também citou o procurador Deltan Dellagnol como outro nome cotado mas descartado devido a questões não relacionadas ao combate à corrupção:

"Alguém sabe da vida do Dellagnol no tocante à ideologia de gênero? Família? Questão ambiental? E ficam enchendo meu saco e dando palpite", disse ele.

O presidente disse que com a sua escolha, estaria "fazendo um bom casamento que depende do padre, que é o Senado".

O nome para a PGR será sabatinado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e precisa ser aprovado pelo plenário.

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