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Bolsonaro quer aliança com vários partidos já no 1º turno, diz Lorenzoni

Intenção é costurar acordo formal com mais de um partido, o que garantiria um maior tempo de rádio e TV no momento da campanha eleitoral

Jair Bolsonaro: para coordenador da campanha, candidato está sendo criterioso, "não quer avançar sinal antes da hora" (Paulo Whitaker/Reuters)
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Reuters

Publicado em 28 de junho de 2018 às 21h50.

Última atualização em 28 de junho de 2018 às 21h52.

Brasília - O pré-candidato do PSL à Presidência, o deputado Jair Bolsonaro (RJ), trabalha para garantir uma aliança formal com vários partidos -e não só com o PR- já no primeiro turno, afirmou um dos principais coordenadores da campanha dele, o deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS).

A aposta principal dos interlocutores de Bolsonaro -líder nas pesquisas de intenção de voto ao Palácio do Planalto no cenário sem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva - é firmar uma aliança com o PR, partido que pode indicar o senador Magno Malta (ES) para compor a chapa como vice. Mas o arco de conversas é maior, destacou Onyx.

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"Nós estamos conversando com mais de um partido e é um processo que agora vai naturalmente afunilar a partir do final da Copa do Mundo, no final de julho", disse o deputado à Reuters.

Segundo o coordenador da campanha, a intenção é costurar uma aliança formal com mais de um partido. Isso garantiria um maior tempo de rádio e TV no momento da campanha eleitoral -o PSL, de Bolsonaro, terá cerca de 10 segundos de um bloco de propaganda de 12 minutos e 30 segundos.

Outra fonte próxima a Bolsonaro disse que só depende de Malta, que trocaria uma eleição considerada por ele certa para renovar por dois anos o mandato de senador por uma candidatura a vice-presidente. Magno já disse à Reuters que ainda não tomou uma decisão sobre o convite do pré-candidato do PSL.

Onyx, que é do DEM do também pré-candidato Rodrigo Maia (RJ), presidente da Câmara, disse que também articula uma aliança maior a fim de garantir uma governabilidade no Congresso para aprovar projetos de interesse do eventual presidente.

"Brasil precisa de uma aliança para poder fazer as transformações que o país precisa enfrentar", disse o deputado, ao defender a construção de uma aliança liberal e conservadora nos moldes da Espanha, Alemanha e Inglaterra no primeiro ou no segundo turno eleitoral.

Onyx reafirmou que o plano de governo vai ser divulgado entre a última semana de julho e a primeira de agosto e que, embora não tenha adiantado nada sobre seu conteúdo, destacou que o documento vai primar pela busca da diminuição da máquina pública e sua eficiência, conceitos que, segundo ele, "nunca foram implantados no Brasil".

PESQUISAS

O coordenador de campanha de Bolsonaro afirmou ainda que o desempenho do pré-candidato é muito maior do que o apontado na pesquisa CNI/Ibope divulgada nesta quinta-feira. Em cenário sem a presença de Lula, o candidato fica na dianteira e registra 17% de intenções de voto, no limite da margem de erro do empate técnico com a ex-ministra Maria Silva, com 13%.

Para Onyx, o número é muito mais alto. Ele fala em 25% para cima de média. "O número registrado hoje ele tinha há 60 dias", considera o deputado.

O coordenador ironiza quem continua na torcida de que Bolsonaro vai cair. Disse que escuta isso desde o ano passado e vai chegar o próximo Natal com ele "presidente".

O parlamentar destacou que não tem "nenhum problema" o fato de o PSL não ter palanques fortes nas disputas aos principais colégios eleitorais do país. Segundo ele, o deputado tem tido uma série de propostas de candidatos de outros partidos para que ele suba nos palanques.

"O Jair está sendo criterioso, não quer avançar o sinal antes da hora", disse. "Essa eleição é muito diferente das demais. As pessoas estão olhando para 2018 com os mesmos óculos de 2010, 2014. A dinâmica é diferente com as redes sociais", completou ele, citando um dos principais meios usados pelo pré-candidato para se comunicar.

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