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"Bolsonaro minimiza a Constituição", diz decano do STF

O ministro Celso de Mello também disse em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo que o presidente "degrada a autoridade do Parlamento brasileiro"

Celso de Mello, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF/Divulgação)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 3 de agosto de 2019 às 12h36.

Depois de dar o voto mais contundente no julgamento em que o Supremo Tribunal Federal (STF) contrariou o Palácio do Planalto e manteve a demarcação de terras indígenas com a Funai, o decano da Corte, ministro Celso de Mello, disse em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo que o presidente Jair Bolsonaro "minimiza perigosamente" a importância da Constituição.

O ministro acrescentou que o presidente "degrada a autoridade do Parlamento brasileiro", ao reeditar o trecho de uma medida provisória que foi rejeitada pelo Congresso no mesmo ano.

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"Ninguém, absolutamente ninguém, está acima da autoridade suprema da Constituição da República", afirmou.

Ao longo dos últimos meses, o decano se tornou o principal porta-voz do Supremo em defesa das liberdades individuais e de contraponto às posições do governo.

Alvo de um pedido de impeachment após votar para enquadrar a homofobia como crime de racismo, Celso de Mello disse que a Corte não se intimida com manifestações nas ruas ou ameaças de parlamentares.

"Pedidos de impeachment sem causa legítima não podem ter e jamais terão qualquer efeito inibitório sobre o exercício independente pelo Supremo Tribunal Federal de suas funções", disse.

É do decano o voto considerado decisivo no julgamento da Segunda Turma do Supremo em que a defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva acusa o ex-juiz e atual ministro da Justiça, Sérgio Moro, de agir com parcialidade ao condenar o petista no caso do triplex do Guarujá, São Paulo.

O ministro defendeu celeridade na análise do habeas corpus do ex-presidente, mas disse que sua convicção sobre o tema não está formada.

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