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Bolsonaro manda emissário para tentar salvar aliança com PRP

O presidente do PSL, Gustavo Bebianno, viaja nesta quinta (19) para São Paulo pra tentar um encontro com o presidente do PRP, Ovasco Resende

Em Goiânia, Bolsonaro ironizou a dificuldade em encontrar aliados (Adriano Machado/Reuters)

Em Goiânia, Bolsonaro ironizou a dificuldade em encontrar aliados (Adriano Machado/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 19 de julho de 2018 às 13h32.

Rio e Goiânia - Um dia após a negativa do PRP em apoiá-lo nas eleições deste ano, o pré-candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro, ainda tentar salvar a aliança do general Augusto Heleno (PRP) para tê-lo como vice.

O presidente nacional do PSL, Gustavo Bebianno, viaja nesta quinta-feira, 19 para São Paulo, onde tentará um encontro com o presidente do PRP, Ovasco Resende. Em Goiânia, no entanto, onde cumpre agenda de pré-campanha, o deputado ironizou a dificuldade em encontrar aliados.

Resende confirmou que Bebianno entrou em contato com representantes do partido em Brasília, ligados à Bolsonaro, para perguntar se ele o receberia. "Eu disse para o pessoal do PRP-DF que atenderia Bebianno, assim como atenderia qualquer presidente nacional sem problema nenhum. Eu administro o partido, não posso falar não. Devo atender a todos, como estamos fazendo", disse.

O dirigente disse que aguarda agora a ligação de Bebianno para marcar o encontro. "Eles disseram que ele (Bebianno) iria me ligar, que ele estaria aqui em São Paulo hoje para outras reuniões. É só ele me ligar para saber onde eu estou porque tenho uma agenda extensa hoje, que vai até a madrugada. Vou atendê-lo na medida do possível", afirmou.

Mais cedo, Bolsonaro declarou em sua conta no Twitter jamais ter firmado compromisso com os partidos que rejeitaram a aliança com o PSL "O nosso partido é o povo e não os líderes partidários que representam o atual sistema no Brasil", afirmou na rede social.

Viagem

Em Goiânia, o deputado ironizou a falta de acordo para conseguir alianças eleitorais. "Eu não quero apoio para 2018, não. Quero para 2022, porque 2018 já era", afirmou o militar reformado em tom de brincadeira após ouvir de aliados que ele "já estava eleito" neste ano.

Líder nas pesquisas de intenção de voto em cenários sem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Bolsonaro enfrenta dificuldades para angariar apoio de outros partidos. Em menos de 48 horas, teve frustrada a negociação com o PR do ex-deputado Valdemar Costa Neto e com o nanico PRP - legenda do general da reserva Augusto Heleno Ribeiro, cotado até então como vice na chapa.

"Vocês viram que ninguém quer fazer acordo comigo. O meu apoio é o povo. Eles podem ter muita coisa, mas não têm o carinho de vocês", disse a militantes que o aguardavam no aeroporto de Goiânia na manhã desta quinta.

Segundo Bolsonaro, uma das opções para formar sua chapa como vice é a advogada Janaína Paschoal, uma das coautoras do pedido de impeachment da presidente cassada Dilma Rousseff.

Ela filiou-se há pouco ao PSL de Bolsonaro. "Temos que ver as afinidades com Janaína, nas questões como MST, a maioridade. Ver como estará a situação dela em relação à família para uma campanha. Ela é uma guerreira. Hoje, o general (Alberto) Mourão está no banco, junto com a Janaína", disse. "Temos que conversar com o Levy Fidelix (presidente do PRTB, partido de Mourão)."

Apesar do discurso de que não precisar do apoio de partidos, o pré-candidato disse que ainda negocia com o PRP de Heleno. "Estamos conversando ainda com o PRP para uma aliança apenas nacional. Devo conversar ainda com o general Heleno até amanhã (sexta-feira, 20). Quando ele foi lançado, foi um sucesso nos Estados. Todos queriam tirar foto com ele", afirmou.

Integrantes da campanha dizem, porém, que as conversas com o PRP se esgotaram e que Heleno terá outra função na campanha.

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