Bolsonaro entra com ação no TSE contra Folha de São Paulo
A ação contesta reportagem publicada pela "Folha", segundo a qual empresas teriam comprado pacotes de disparos em larga escala de mensagens no aplicativo
Estadão Conteúdo
Publicado em 27 de outubro de 2018 às 21h43.
Última atualização em 27 de outubro de 2018 às 22h04.
Brasília - A campanha do candidato à Presidência da República Jair Bolsonaro (PSL) entrou neste sábado (27) com ação no Tribunal Superior Eleitoral ( TSE ) em que pede apuração de suposto abuso de poder econômico e uso indevido de veículo de comunicação, o jornal "Folha de S. Paulo", em favor da candidatura de Fernando Haddad (PT). Requer ainda que o TSE determine a exibição de documentos que embasaram reportagem contra Bolsonaro.
A ação contesta reportagem publicada pela "Folha" no último dia 18, segundo a qual empresas teriam comprado pacotes de disparos em larga escala de mensagens no aplicativo WhatsApp contra Haddad. A situação levou o PT a entrar com uma ação de investigação contra Bolsonaro.
Na ação, a campanha de Bolsonaro alega que o jornal "denuncia contratações de impulsionamento na ordem de R$ 12 milhões, sem apontar onde, como e com quem teriam sido firmados tais contratos". Para os advogados de Bolsonaro, a reportagem foi elaborada para "instalar o caos no processo eleitoral".
A defesa de Bolsonaro ainda pede a ação seja remetida à Procuradoria-Geral da República. Ao fim, pedem a cassação dos registros de Haddad e sua vice, Manuela D'Avila, e a inelegibilidade dos concorrentes pelo prazo de oito anos.
Além de Haddad e Manuela, são citados na ação o presidente do Grupo Folha, Luiz Frias, a diretora editorial e de redação, Maria Cristina Frias, e a repórter do jornal, Patricia Campos Mello, responsável pela matéria contestada.
"A ação é uma fantasia ridícula. Ato inequívoco de tentativa de intimidação. Contra a imprensa livre", disse o advogado do jornal, Luís Francisco Carvalho Filho. Angelo Ferraro, da equipe jurídica da campanha de Haddad, avaliou que a "petição não tem sustentação do ponto de vista jurídico e é uma das maiores tentativas de censura e intimidação à imprensa deste País".