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Bolsonaro e Teich se reúnem para apresentação de estudo sobre cloroquina

Amplamente defendida por Bolsonaro, cloroquina ainda está em fase de testes sobre sua eficácia contra o novo coronavírus

Bolsonaro: presidente do Conselho Federal de Medicina vai apresentar estudo sobre o uso o medicamento (Adriano Machado/Reuters)

Bolsonaro: presidente do Conselho Federal de Medicina vai apresentar estudo sobre o uso o medicamento (Adriano Machado/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 23 de abril de 2020 às 12h09.

Última atualização em 23 de abril de 2020 às 12h12.

O presidente Jair Bolsonaro se reúne na manhã desta quinta-feira 23, com o ministro da Saúde, Nelson Teich, para debater o uso da cloroquina no tratamento de pacientes com a covid-19. Em encontro no Planalto, Bolsonaro e o ministro recebem o presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), Mauro Luiz Britto Ribeiro, para a apresentação de um estudo sobre o uso do medicamento no combate à doença.

O uso da cloroquina foi amplamente defendido por Bolsonaro antes da demissão do ex-ministro da pasta Luiz Henrique Mandetta, que divergia do presidente e pedia cautela na prescrição do medicamento. Usada para o tratamento da malária, a droga ainda está em fase de testes sobre sua eficácia contra o novo coronavírus.

Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo no dia 13, o presidente do CFM disse que o órgão ainda deveria se posicionar oficialmente sobre o tema - o que ainda não ocorreu. Na ocasião, afirmou "não existir nenhum trabalho na literatura mundial que comprove a eficácia" do medicamento no tratamento da doença. "O que acontece no Brasil é uma situação pouco usual. Pessoas comentam sobre a droga como se tivessem domínio absoluto", disse ele na ocasião. Segundo Ribeiro, porém, "o fato de não existir evidência científica não quer dizer que não se pode recomendar uso, mas com segurança".

Também participam da reunião para exposição do estudo os ministros Luiz Eduardo Ramos, da Secretaria de Governo, e Braga Netto, da Casa Civil, que lidera o gabinete de crise interministerial de enfrentamento a pandemia. O líder do governo na Câmara dos Deputados, deputado Vitor Hugo (PSL-GO), também está presente.

Outro dois deputados federais, que são médicos por formação, estão escalados para o compromisso: Hiran Gonçalves (PP-RR) e Luiz Antonio Teixeira Jr. (PP-RJ), conhecido como Dr. Luizinho. Outros membros do partido dos deputados, o PP, já foram recebidos por Bolsonaro na semana passada.

A aproximação com a legenda, conforme o Estadão/Broadcast revelou, faz parte de uma estratégia para montar uma base de apoio parlamentar com o Centrão oferecendo cargos em troca de votos. Bolsonaro também recebeu nos últimos dias, líderes do PL, Republicanos e PSD.

Na quarta-feira, 22, o presidente se encontrou com o presidente nacional do MDB, deputado Baleia Rossi (SP), e o líder da maioria no Senado, senador Eduardo Braga (AM). Nesta quinta estava previsto encontro de Bolsonaro com o presidente nacional do DEM e prefeito de Salvador (BA), ACM Neto. O compromisso, contudo, não consta na agenda oficial do presidente.

Entre os compromissos oficiais do chefe do Executivo estão listadas para hoje reuniões com os ministros Marcos Pontes, da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, e com Sergio Moro da Justiça e Segurança Pública. Na segunda-feira, 20, Bolsonaro afirmou que conversaria com Moro para articular a reabertura de academias da Polícia Federal para dar início a flexibilização de orientações de distanciamento social.

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