Bolsonaro diz que governo pode abrir escritório de negócios em Jerusalém
Presidente embarca para Israel no sábado (30); mudança da embaixada de Tel Aviv para Jerusalém está em estudo pelo governo Bolsonaro
Reuters
Publicado em 28 de março de 2019 às 12h13.
Última atualização em 28 de março de 2019 às 12h37.
Brasília — O presidente Jair Bolsonaro disse nesta quinta-feira que o governo brasileiro poderá abrir um escritório de negócios em Jerusalém, em vez de transferir a embaixada em Israel para a cidade, como chegou a anunciar mais de uma vez.
"Talvez abramos agora um escritório de negócios em Jerusalém", disse o presidente ao ser questionado se trataria sobre a possível mudança da embaixada durante a viagem que fará a Israel na semana que vem.
O aparente recuo em relação à mudança da embaixada de Tel Aviv para Jerusalém --um assunto sensível na região e que desagrada os países árabes, grandes importadores de carne de aves do Brasil-- vem com a resistência dos militares do governo e da equipe econômica, que teme as consequências para as exportações brasileiras.
Bolsonaro não descartou totalmente a transferência da embaixada ao lembrar que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, levou nove meses para tomar a decisão final de mudar a embaixada norte-americana de Tel Aviv para Jerusalém.
Apesar de ter falado seguidas vezes, antes de tomar posse, que faria a mudança, desde que assumiu a Presidência Bolsonaro passou a ser mais cuidadoso com o assunto. Ao contrário, o tema foi quase esquecido dentro do governo.
O vice-presidente, Hamilton Mourão, chegou a dizer para a Reuters acreditar que o tema iria "para as calendas". Além disso, mesmo com a viagem próxima, uma fonte do Itamaraty contou que não há nenhuma instrução desse tipo aos diplomatas.
A hipótese da abertura de um escritório de negócios em Jerusalém surgiu no próprio Itamaraty. Foi apresentada pelos diplomatas ao governo como uma alternativa menos drástica e que não desagradaria os países árabes.