Jair Bolsonaro: "Um homem está decidindo o futuro de São Paulo, o futuro da economia do Brasil. Os senhores, com todo o respeito, têm de chamar o governador e jogar pesado, porque a questão é séria, é guerra" (Alan Santos/PR/Flickr)
Estadão Conteúdo
Publicado em 14 de maio de 2020 às 16h03.
Última atualização em 14 de maio de 2020 às 16h43.
O presidente Jair Bolsonaro estimulou nesta quinta-feira, 14, o empresariado a "jogar pesado" com o governador de São Paulo, João Doria, para evitar o lockdown no estado como medida de combate ao novo coronavírus.
Em videoconferência promovida pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Bolsonaro disse que há "uma guerra" e disse que existe uma tentativa política de tentar quebrar a economia para atingir seu governo.
"O que parece que está acontecendo parece uma questão política, tentando quebrar a economia para atingir o governo", disse o presidente.
Bolsonaro criticou as medidas de lockdown que passaram a ser consideradas por Doria, um de seus principais adversários políticos. São Paulo tem 54.296 casos confirmados de novo coronavírus e 4.315 mortes.
"Um homem está decidindo o futuro de São Paulo, o futuro da economia do Brasil. Os senhores, com todo o respeito, têm de chamar o governador e jogar pesado, porque a questão é séria, é guerra. É o Brasil que está em jogo, se continuar o empobrecimento da população, daqui a poucos seremos iguais na miséria", disse
O presidente defendeu a abertura rápida do mercado e providências imediatas para evitar consequências como possibilidade de "caos", "saques" e "desobediência civil."
Segundo o presidente, neste caso não adiantará convocar as Forças Armadas porque não haverá militares suficientes para atuar na Garantia da Lei e da Ordem (GLO).
"Lá na frente, eu tenho falado até com o ministro Fernando (Azevedo), da Defesa, os problemas vão começar a acontecer, de caos, saques a supermercados, desobediência civil. Não adianta querer convocar as Forças Armadas que não vamos ter gente para tanta GLO. Não existe gente para tanta GLO. E o povo vai estar na rua, em grande parte, por estar passando fome. E homem com fome não tem razão, ele perde a razão", disse.
Bolsonaro citou o decreto no qual incluiu academias, salões de beleza e barbearias na lista de serviços essenciais. Na semana passada, o presidente já havia incluindo na relação a construção civil e atividades industriais.
"Tem governador falando que não vai cumprir. Eles estão partindo para a desobediência civil. Se alguém não concorda com um decreto meu, tem dois caminhos: um projeto de decreto legislativo no Congresso, para tornar sem efeito o meu decreto, ou ação na Justiça, e não (apenas) 'não vão cumprir'", disse.