Biocombustíveis não entram em relatório sobre clima
Segundo um negociador, os próprios autores e coordenadores, ao revisarem o texto antes do início do trabalho, cortaram o trecho. Ele nem foi discutido
Da Redação
Publicado em 31 de março de 2014 às 10h09.
Yokohama - A sentença que mais incomodava o Brasil no Sumário para Formuladores de Políticas da segunda parte do novo relatório do IPCC foi retirada do debate antes mesmo de as discussões na semana passada começarem.
O trecho que dizia com "alto grau de confiança" que "aumentar o cultivo de plantações para bioenergia coloca riscos para ecossistemas e a biodiversidade , apesar de a contribuição da energia de biomassa para a mitigação reduzir os riscos relacionados ao clima " estava na versão preliminar do sumário que foi enviado para os países. E o Brasil já tinha indicado que se manifestaria pela sua retirada.
Segundo um negociador, os próprios autores e coordenadores, ao revisarem o texto antes do início do trabalho, cortaram o trecho. Ele nem foi discutido.
Sem ter precisado entrar em embate sobre a questão, a delegação brasileira se deu por satisfeita.
"O Brasil sempre vai defender os biocombustíveis , pois, além de mitigar emissões, geram emprego e desenvolvimento. E, com o zoneamento agroecológico (que define por onde a cana pode se expandir, por exemplo), contribuem para o desenvolvimento sustentável", disse José Domingos Gonzalez Miguez, do Ministério do Meio Ambiente, líder da delegação.
Para ele, o sumário trazia uma visão enviesada: "Só ressaltava o lado negativo, não o positivo". Miguez crê que o trecho foi retirado pelos autores por não estar "no local adequado".
O relatório lançado ontem fala de impactos, vulnerabilidades e adaptação. Biocombustíveis se encaixariam no tema do terceiro relatório, sobre mitigação, que será lançado em duas semanas. Foi desse modo que ele foi tratado no relatório de 2007.
Medidas de mitigação reduzem as emissões de gases do efeito estufa ou os retiram da atmosfera. Como não são combustíveis fósseis, o etanol e o biodiesel têm esse potencial.
Yokohama - A sentença que mais incomodava o Brasil no Sumário para Formuladores de Políticas da segunda parte do novo relatório do IPCC foi retirada do debate antes mesmo de as discussões na semana passada começarem.
O trecho que dizia com "alto grau de confiança" que "aumentar o cultivo de plantações para bioenergia coloca riscos para ecossistemas e a biodiversidade , apesar de a contribuição da energia de biomassa para a mitigação reduzir os riscos relacionados ao clima " estava na versão preliminar do sumário que foi enviado para os países. E o Brasil já tinha indicado que se manifestaria pela sua retirada.
Segundo um negociador, os próprios autores e coordenadores, ao revisarem o texto antes do início do trabalho, cortaram o trecho. Ele nem foi discutido.
Sem ter precisado entrar em embate sobre a questão, a delegação brasileira se deu por satisfeita.
"O Brasil sempre vai defender os biocombustíveis , pois, além de mitigar emissões, geram emprego e desenvolvimento. E, com o zoneamento agroecológico (que define por onde a cana pode se expandir, por exemplo), contribuem para o desenvolvimento sustentável", disse José Domingos Gonzalez Miguez, do Ministério do Meio Ambiente, líder da delegação.
Para ele, o sumário trazia uma visão enviesada: "Só ressaltava o lado negativo, não o positivo". Miguez crê que o trecho foi retirado pelos autores por não estar "no local adequado".
O relatório lançado ontem fala de impactos, vulnerabilidades e adaptação. Biocombustíveis se encaixariam no tema do terceiro relatório, sobre mitigação, que será lançado em duas semanas. Foi desse modo que ele foi tratado no relatório de 2007.
Medidas de mitigação reduzem as emissões de gases do efeito estufa ou os retiram da atmosfera. Como não são combustíveis fósseis, o etanol e o biodiesel têm esse potencial.