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Bets deveriam pagar imposto de 27,5%, diz Tebet

Durante a sua participação da COP30, a ministra defendeu em conversa com a EXAME o projeto em discussão no Senado

Tebet disse ainda que as bets estão destruindo as famílias brasileiras (Eduardo Frazão)

Tebet disse ainda que as bets estão destruindo as famílias brasileiras (Eduardo Frazão)

André Martins
André Martins

Repórter de Brasil e Economia

Publicado em 14 de novembro de 2025 às 20h13.

Belém - A ministra do Planejamento, Simone Tebet, defendeu o aumento da alíquota para as casas de apostas no Brasil para compensar a isenção do imposto de renda.

“Que as bets comecem a pagar no mínimo aquilo que o servidor público hoje paga”, afirmou em conversa com a EXAME nos corredores da COP30. Tebet disse ainda que as bets estão destruindo as famílias brasileiras, não geram empregos e mandam recursos para paraísos fiscais.

“Tem servidor público que paga 27,5% de Imposto de Renda. As bets hoje pagam menos de dois dígitos. Não é justo”, afirmou. O Senado discute o projeto que amplia a taxação das casas de apostas de 12% para 24%, além de elevar a alíquota da CSLL para instituições financeiras e fintechs.

As medidas faziam parte da Medida Provisória 1303, que foi rejeitada pela Câmara dos Deputados.

O senador Eduardo Braga (MDB), relator do texto, condicionou a votação a coordenação do Ministério da Fazenda de uma atuação conjunta entre Banco Central, Coaf, Receita Federal, Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e Polícia Federal.

A expectativa é que a matéria seja votada na próxima semana.

Rombo de R$ 46 bilhões

Tebet afirma que acredita que o Senado aprovará o projeto, essencial para que o governo feche as contas em 2025 e 2026 e evitar um rombo de R$ 46 bilhões. “Pelo empenho que eu vi do Congresso Nacional — e que eles estão querendo tributar bets acima do que nós estávamos propondo, e eu acho ótimo”, disse.

Nas contas da ministra, mesmo que a taxação das fintechs seja ajustada para baixo, a tributação das bets compensará essa diferença.

Com a aprovação desse projeto, Tebet acredita que o governo começará “2026 realmente bem” e com todas as receitas contabilizadas — e não só no orçamento, mas considerando as vão se concretizar ao longo do ano.

A ministra esteve em Belém para apresentar projetos verdes da pasta, como a Parceria Público-Privada da recuperação florestal e recursos para o meio ambiente.

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