Brasil

Base de Alckmin também balança após protestos

O governador vendeu um helicóptero e uma frota de carros para compensar o recuo no aumento das tarifas de metrô e trem

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (Gilberto Marques/Divulgação)

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (Gilberto Marques/Divulgação)

DR

Da Redação

Publicado em 7 de julho de 2013 às 09h26.

São Paulo - A queda de 14 pontos porcentuais em três semanas no índice de aprovação do governador Geraldo Alckmin (PSDB) tirou os tucanos paulistas da zona de conforto. Acuado pelas manifestações que colocaram em xeque a classe política, o PSDB busca um discurso eleitoral incisivo para a disputa do ano que vem para o Palácio dos Bandeirantes ao mesmo tempo em que tenta evitar fissuras em sua base aliada. Nesse ponto, o que mais preocupa é a posição do PRB. O partido do ex-deputado Celso Russomanno selou em maio um acordo com os tucanos e prometeu tirar sua maior estrela da disputa pelo governo em 2014.

Com isso, ficaria mais difícil a realização de um segundo turno. Depois das manifestações, o PRB começou a repensar a estratégia ao concluir que Russomanno podia, como disse ao Estado um dirigente do partido, "capitalizar a voz das ruas".

Além da costura partidária, o PSDB está em busca de bandeiras para a disputa. A avaliação dos tucanos é que a tradicional campanha focada na realização de obras não surtirá o mesmo efeito. Enquanto o governo federal é cobrado até por aliados, como o PMDB, a reduzir o número de ministérios, o governador é cobrado por todos os lados a promover reforma administrativa que reduza drasticamente o tamanho da máquina, hoje com 26 secretarias, 16 fundações e 23 autarquias.

Dirigentes partidários, parlamentares e secretários tucanos ouvidos pelo Estado avaliam que as medidas tomadas até agora - após as manifestações - são insuficientes.

O temor é que a campanha pela reeleição perca o discurso da austeridade para o PT caso a presidente Dilma Rousseff aproveite sua anunciada reforma ministerial para reduzir o número de pastas na Esplanada dos Ministérios. Na semana passada, Alckmin acabou com a Secretaria de Desenvolvimento Metropolitano e transferiu suas atribuições para a Casa Civil.

Além disso, vendeu um helicóptero e uma frota de carros para compensar o recuo no aumento das tarifas de metrô e trem. "No caso de São Paulo, ele (Alckmin) pode mexer mais na administração pública. Há espaço e é possível fazer isso. Eu mesmo já lhe sugeri que pode restringir o número de secretarias", diz o ex-governador Alberto Goldman, vice-presidente nacional do PSDB. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Acompanhe tudo sobre:Geraldo AlckminGovernadoresOposição políticaPartidos políticosPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileirosProtestosProtestos no BrasilPSDB

Mais de Brasil

Avião cai em avenida principal de Gramado, na Serra Gaúcha, e não deixa sobreviventes

São Paulo tem 88 mil imóveis que estão sem luz desde ontem; novo temporal causa alagamentos

Planejamento, 'núcleo duro' do MDB e espaço para o PL: o que muda no novo secretariado de Nunes

Lula lamenta acidente que deixou ao menos 38 mortos em Minas Gerais: 'Governo federal à disposição'