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Barroso autoriza quebra do sigilo bancário de Temer

Em nota, o Palácio do Planalto informou que Temer dará "total acesso" a seus extratos bancários

Temer é investigado sob suspeita de ter editado um decreto sobre o setor portuário para beneficiar a empresa Rodrimar (Adriano Machado/Reuters)
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Reuters

Publicado em 5 de março de 2018 às 21h47.

Última atualização em 5 de março de 2018 às 22h34.

Brasília - O ministro do Supremo Tribunal Federal ( STF ), Luís Roberto Barroso, autorizou a quebra do sigilo bancário do presidente Michel Temer.Em nota, divulgada na noite de hoje (5), O Palácio do Planalto disse nesta quarta-feira, em nota oficial, que Temer dará "total acesso" a seus extratos bancários, após ser determinada a quebra de seu sigilo no chamado inquérito dos portos.

"O presidente Michel Temer solicitará ao Banco Central os extratos de suas contas bancárias referentes ao período mencionado hoje no despacho do eminente ministro Luís Roberto Barroso. E dará à imprensa total acesso a esses documentos. O presidente não tem nenhuma preocupação com as informações constantes em suas contas bancárias", diz a nota oficial.

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A decisão foi criticada pelo ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, que a classificou de "indevida". Após a divulgação da nota, Marun disse que, apesar de decidir abrir seus extratos, Temer ficou indignado com a decisão de Barroso.

"Presidente vai divulgar os seus extratos, não tem nada a responder, mas encontra-se contrariado e indignado com essa decisão que consideramos indevida, principalmente em função do fato de que esse inquérito não possui base fática alguma para justificar uma medida como essa", disse Marun.

O ministro disse que o presidente ainda não foi notificado da decisão e que a informação sobre a quebra do sigilo chegou ao Palácio do Planalto por meio da imprensa.

"Estamos entendendo que isso é real, fomos comunicados por vários órgãos de imprensa. Não fomos ainda notificados disso, mas também entendemos que as notícias são verdadeiras e que o pedido de quebra de sigilo bancário realmente ocorreu", disse.

"Esse é um inquérito completamente fraco, onde inexistem quais indícios para que isso resulte em uma decisão dessas em que sendo tomada em relação ao presidente da República. Revela uma falta de cautela que nos estranha", acrescentou Marun, que disse que a decisão gerou "indignação e constrangimento ao presidente e a todos nós".

ENTENDA

Barroso é o responsável no STF pelo inquérito que investiga o suposto favorecimento da empresa Rodrimar S/A por meio da edição do chamado Decreto dos Portos (Decreto 9.048/2017), assinado pelo presidente Michel Temer em maio do ano passado. Na ação, além de Temer, são investigados o ex-deputado Rodrigo Rocha Loures e os empresários Antônio Celso Grecco e Ricardo Mesquita, donos da Rodrimar, empresa que atua no Porto de Santos.

Em janeiro, ao responder por escrito aos questionamentos dos delegados responsáveis pelo caso, a defesa do presidente Temer declarou que ele nunca foi procurado por empresários do setor portuário para tratar da edição do decreto, tampouco autorizou qualquer pessoa a fazer tratativas em seu nome.

O presidente nega quaisquer irregularidades e já afirmou que o decreto foi resultado de um grupo de trabalho do governo e não beneficiou a Rodrimar.

 

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