Ricardo Barros: ele afirmou que o PP quer indicar algum "amigo" para substituí-lo no comando do Ministério (Elza Fiuza/Agência Brasil)
Estadão Conteúdo
Publicado em 12 de março de 2018 às 19h05.
Última atualização em 12 de março de 2018 às 19h13.
Brasília - O ministro da Saúde, Ricardo Barros (PP-PR), decidiu deixar o governo antes de 7 de abril, prazo final para que ministros que disputarão as eleições se desincompatibilizem dos cargos. Candidato à reeleição de deputado federal, ele retomará o mandato parlamentar na última semana de março para poder assumir a presidência da Comissão Mista de Orçamento (CMO) do Congresso Nacional, colegiado responsável por analisar o Orçamento da União de 2019.
A tendência é de que Barros deixe o governo em 28 de março, dez dias antes do prazo final para desincompatibilização. Essa é a data em que está prevista a instalação e eleição do presidente e relator da comissão mista de orçamento. A relatoria do colegiado deve ficar com o senador Romero Jucá (MDB-RR), líder do governo no Senado. "Saio até o dia da instalação da CMO", admitiu o ministro ao Broadcast Político.
Barros afirmou que o PP quer indicar algum "amigo" para substituí-lo no comando do Ministério da Saúde, mas não quis falar nomes para não "expor" os cotados. "Queremos nomear amigos, logo não deixaremos no sereno. Nem um dia. Não está decidido e não queremos expor ninguém", declarou o ministro que assumiu o cargo em maio de 2016, logo após o afastamento da ex-presidente cassada Dilma Rousseff (PT).
Entre os cotados para substituir Barros está o vice-governador da Bahia, João Leão, que é do PP. A ida dele para o Ministério da Saúde seria uma forma de incentivar o PP na Bahia a romper com o atual governador, Rui Costa (PT), que tentará reeleição para o cargo. Para assumir a Pasta no governo federal, o vice-governador teria que desistir de disputar o pleito de outubro deste ano.
A CMO é formada tanto por deputados quanto por senadores, que se revezam todos os anos entre a presidência da comissão e a relatoria do Orçamento. No ano passado, o comando do colegiado ficou com o Senado e a relatoria, com a Câmara. Como tem a maior bancada no Senado, o MDB indicou o senador Dário Berger (MDB-SC) para presidente e o PP, após acordo com demais siglas, o deputado Cacá Leão (PP-BA) como relator.