Os ministros do STF Ricardo Lewandowski e Joaquim Barbosa, que entraram em confronto várias vezes durante o julgamento do mensalão (Montagem Juliana Pimenta/EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 24 de outubro de 2012 às 17h38.
Brasília - O relator do processo do mensalão no Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Joaquim Barbosa, iniciou a intervenção após o intervalo da sessão na tarde desta quarta-feira com um pedido de desculpas ao revisor, ministro Ricardo Lewandowski. Eles tiveram um bate-boca antes da suspensão da sessão em que Barbosa acusou Lewandowski de atuar como "advogado" e o revisor respondeu questionando se o relator era da "Promotoria".
Ao pedir desculpas, Barbosa afirmou estar preocupado com o ritmo da dosimetria das penas e atribuiu isso ao "excesso" na discussão com Lewandowski. "Eu gostaria, mais uma vez, de externar a minha preocupação quanto ao ritmo da nossa dosimetria e dizer que estou muito preocupado. Isso tem me levado a exceder e rebater de uma forma exacerbada. Quero pedir desculpas ao ministro Ricardo Lewandowski."
O relator do processo do mensalão continuou o voto, analisando depois a conduta do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza quanto ao crime de lavagem de dinheiro. Eles já aplicaram ao réu penas por formação de quadrilha, dois crimes de corrupção ativa e dois de peculato. A divisão aconteceu em relação à pena por corrupção ativa relativa à propina paga ao ex-diretor do Banco do Brasil (BB) Henrique Pizzolato. Lewandowski venceu o embate com o STF fixando a pena por este crime em 3 anos, 1 mês e 10 dias, em vez dos 4 anos e 8 meses sugeridos pelo relator.