Bancos reduzem expectativas para o crédito em 2011
Medidas macroprudenciais anunciadas recentemente pelo Banco Central esfriaram as previsões, informa a Febraban
Da Redação
Publicado em 21 de dezembro de 2010 às 16h20.
São Paulo - Uma pesquisa feita pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban) mostra que as <a href="https://exame.com/economia/brasil/noticias/bc-anuncia-medidas-que-retiram-incentivos-a-economia" target="_blank">recentes medidas</a> anunciadas pelo Banco Central esfriaram as projeções para o crescimento do crédito em 2011.</p>
Em novembro, os banqueiros apostavam em uma expansão de 18,5% nas operações de crédito da carteira total, que inclui todas as modalidades. No atual levantamento, esse índice caiu para 17,8%.
“Houve uma redução moderada nas expectativas de crescimento do crédito por causa das medidas do Banco Central, mas ainda é cedo para avaliar a extensão disso”, diz o economista-chefe da Febraban, Rubens Sardenberg.
A pesquisa da Febraban mostra que as menores expansões acontecerão nas modalidades de crédito voltadas para as pessoas físicas.
Veja a evolução das previsões dos bancos para 2011 nas duas últimas pesquisas:
Previsão crédito 2011 | Pesquisa anterior (novembro) | Pesquisa atual (dezembro) |
---|---|---|
Carteira Total | 18,5% | 17,8% |
Direcionado | 19,9% | 18,7% |
Livres | 18,1% | 17,1% |
Pessoas Físicas (total) | 17,6% | 16,7% |
Crédito Pessoal (inclui consignado) | 19,4% | 19,6% |
Aquisição de veículos (inclui leasing) | 17,5% | 16,9% |
Pessoas Jurídicas (total) | 18,8% | 17,6% |
Inadimplência (acima de 90 dias) | 4,6% | 4,6% |
O levantamento constata ainda que 71% dos bancos afirmam que a inadimplência não deve ser um problema econômico relevante em 2011.“ Não há preocupação com isso. Só mesmo uma mudança abrupta de cenário pode levar a uma piora da inadimplência”, diz Sardenberg.
A pesquisa da Febraban, feita com as 28 maiores instituições financeiras no Brasil, mostra que o mercado está dividido entre os que apostam na manutenção dos juros em janeiro e os que preveem um aumento de 0,50 ponto percentual.
Rubens Sardenberg cita ainda que 62% dos entrevistados acreditam que o cenário internacional será pior para a inflação no Brasil por causa da pressão dos preços das commodities.
Veja as projeções atualizadas dos bancos para 2011 e 2012:
Indicadores/Brasil | 2011 | 2012 |
---|---|---|
PIB Total | 4,5% | 4,5% |
PIB Agropecuário | 4,4% | 4,4% |
PIB Industrial | 4,8% | 4,6% |
PIB Serviços | 4,6% | 4,3% |
Produção Industrial | 5,3% | 5,1% |
IPCA | 5,2% | 4,5% |
IGP-M | 5,5% | 4,8% |
Meta Taxa Selic - fim de período | 12,25% | 11% |
Câmbio - fim de período (R$/US$) | 1,75 | 1,80 |
Balança comercial (US$ bilhões) | 7,8 | 5,3 |
Transações correntes (US$ bi) | -67 | -70,9 |
Investimento Estrangeiro Direto (US$ bi) | 38,7 | 40,1 |
Reservas Internacionais (US$ bi) | 299,1 | 318,4 |
Risco Brasil - EMBI (pontos) | 182,1 | 164,9 |
Resultado Primário (% do PIB) | 2,8 | 2,8 |
Dívida Líquida do setor público (% do PIB) | 39,5 | 38,1 |
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