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Banco Central estuda ampliar pesquisa Focus

Embora ainda considere bastante a pesquisa semanal, o BC tem dado sinais de que põe um peso menor da pesquisa em seu processo decisório

O Banco Central quer incluir no levantamento as projeções feitas por acadêmicos. (Valter Campanato/ABr)
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Da Redação

Publicado em 9 de março de 2011 às 10h49.

São Paulo - O Banco Central (BC) estuda ampliar o alcance da pesquisa semanal Focus, que coleta as projeções de uma série de analistas do mercado financeiro para a inflação. Embora em estágio ainda preliminar, uma das ideias é incluir no levantamento projeções feitas por acadêmicos.

Os críticos de dentro e fora do governo consideram que o levantamento da pesquisa Focus mostra apenas a visão do mercado financeiro, deixando de fora outros segmentos da sociedade. Isso na visão dos críticos, coloca um viés pró juros altos nas decisões do BC.

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A preocupação com o formato da Focus aumentou diante do fato de que nas últimas 12 semanas houve alta ininterrupta na estimativa para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), referência para o sistema de metas de inflação. Atualmente, a previsão para o IPCA em 2011 é de 5,8%.

Diante desse quadro, parte do mercado financeiro considerava que o BC deveria agir com mais força e subir a taxa básica de juros (Selic) em 0,75 ponto porcentual. Tal visão, que existia inclusive em parte dos que apostaram em alta de 0,5 ponto porcentual, confirmada na semana passada, é de que o BC não poderia deixar as expectativas subirem tanto, sob pena de alimentar o processo de remarcação de preços.

Embora ainda considere bastante a Focus, o BC tem dado sinais de que põe um peso menor da pesquisa em seu processo decisório. A avaliação é de que as expectativas têm sido muito influenciadas pela inflação corrente e que os índices de preços e as previsões do mercado vão cair ao longo do tempo, com mais força no segundo semestre, respondendo ao conjunto de ações de política econômica.

Segundo uma fonte do governo, um dos problemas da Focus é que grande parte das instituições consultadas não estaria preparada para fazer avaliações aprofundadas. “São poucas instituições que têm condições de antecipar uma mudança importante de um indicador, como inflação”, disse. Esse integrante do governo considera que tal quadro reforça o comportamento de manada no mercado. “Ninguém quer errar numa ponta e ficar marcado.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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