Brasil

Bancada marketing multinível supera evangélica no Congresso

Criada hoje, Frente Parlamentar Sobre Marketing Multinível pretende regulamentar atividade no país para proteger cidadãos de pirâmides. Mais de 200 parlamentares participam


	Deputado Acelino Popó (PRB-BA): presidente da Frente sobre Marketing Multinível mudou tom de discurso. "Tem muita gente lesada", disse nesta quarta-feira
 (Divulgação)

Deputado Acelino Popó (PRB-BA): presidente da Frente sobre Marketing Multinível mudou tom de discurso. "Tem muita gente lesada", disse nesta quarta-feira (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 27 de novembro de 2015 às 16h46.

São Paulo – Deputados e senadores parecem mesmo dispostos a acabar de uma vez por todas com uma das discussões que tem fervido nas redes sociais nos últimos meses, impulsionada por empresas como TelexFREE e Bbom: afinal, o que é pirâmide financeira e o que é apenas marketing multinível? A prova do interesse político na questão é que a Frente Parlamentar Sobre Marketing Multinível, lançada hoje no Congresso, conta com a participação de mais de 200 parlamentares. Como comparação, a influente e unida Frente Evangélica tem apenas 79 nomes.

Significa dizer que um em cada três deputados e senadores participa do grupo que tentará regularizar a atividade no Brasil. Ao contrário da pirâmide, o marketing multinível não é considerado crime.

A diferença entre os dois já foi alvo de matéria esmiuçada em EXAME.com.

O anúncio da criação da Frente já havia sido feito pelo deputado Acelino Popó (PRB-BA) - o presidente - em uma audiência pública no dia 21 de agosto. Na época, ele mostrou que agiria para desbloquear os bens das empresas que, disse, prejudicavam milhares de brasileiros.

O discurso de apoio foi seguido por outros deputados. “Eu senti firmeza na TelexFREE”, chegou a dizer Sílvio Costa (PTB-PE) na época.

Hoje, porém, o  tom mudou. Em entrevista à Rádio Câmara (ouça aúdio abaixo), Popó criticou a maneira fácil de ganhar dinheiro que algumas empresas vem oferecendo e chegou a sugerir a criação de uma CPI para investigá-las.

“Estamos dando entrada para que haja uma CPI para entrarmos mais fundo nisso aí. Tem muita gente lesada. Quem entra são pessoas que têm que estar resgatando mais pessoas para ter um benefício maior”, afirmou.

O deputado foi particularmente crítico em relação à TelexFREE, da qual disse ter feito “algumas contas” básicas. “O numero não bate. Tem alguém ganhando muito dinheiro com isso aí”, disse.

De certa forma, os parlamentares estão reagindo a um clamor popular. Eles foram procurados em peso por vendedores que se diziam em grandes dificuldades financeiras depois que TelexFREE e BBom tiveram os bens bloqueados em junho e julho, respectivamente.

Somente a primeira tem mais de um milhão de divulgadores em todo o país.

A Frente já recebeu uma minuta de um projeto da Associação Federal de Empreendedores de Marketing Multinível. Uma das exigências do texto, segundo a Agência Câmara, é que os interessados em trabalhar nessas empresas passem por um treinamento presencial.

Na Câmara dos Deputados, já há dois projetos sobre o assunto em análise (PL 6170/13 e PL 6206/13).

Veja a entrevista dada por Acelino Popó à Rádio Cãmara:

http://www2.camara.leg.br/camaranoticias/radio/player/embededMP3player.html?audio=http://imagem.camara.gov.br/internet/midias/Radio/2013/10/comapalavra-Ent.AcelinoPop%C3%B3-02102013.mp3

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