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Baía de Guanabara não estará despoluída para Olimpíadas

Prefeito Eduardo Paes deverá quebrar uma das promessas feitas quando a cidade ganhou o direito a sediar o evento


	Sofá boiando na Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro
 (Getty Images/ Mario Tama)

Sofá boiando na Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro (Getty Images/ Mario Tama)

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Da Redação

Publicado em 9 de junho de 2014 às 23h43.

Rio de Janeiro - O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, disse que a emblemática Baía de Guanabara não estará limpa a tempo para as competições de vela dos Jogos Olímpicos de 2016, quebrando uma promessa feita quando a cidade ganhou o direito a sediar o evento em 2009.

"Lamento que nós não tenhamos usado os Jogos para limpar completamente a Baía de Guanabara, mas isso não era para os Jogos Olímpicos – era para nós”, disse Paes em 7 de junho. “Era algo que fazia parte do nosso edital e não conseguimos cumprir”.

Paes disse que as competições de vela serão realizadas em águas despoluídas, ora fora da Baía, ora na sua entrada. A saúde dos atletas não estará em risco por entulho ou esgoto vazado para outras partes da Baía, que contorna a chamada Cidade Maravilhosa, o maior destino turístico do Brasil, disse ele. A Baía pode ser vista com frequência em fotos do ponto de referência do Rio, o Pão de Açúcar.

O Brasil enfrenta cada vez mais escrutínio antes da abertura da Copa do Mundo em 12 de junho, depois que a finalização de quase todos os 12 estádios novos ou reformados foi adiada e excedeu o orçamento. Os comentários de Paes chegam cinco semanas depois que John Coates, um dos vice-presidentes do Comitê Olímpico Internacional (COI), disse que os preparativos para os Jogos do Rio são “os piores já vistos”. Paes disse aos jornalistas que a limpeza da Baía é uma das poucas falhas nestes preparativos.

A cidade tem se focado em projetos que deixem um legado, incluindo uma nova linha de metrô, outras de transporte rápido por ônibus (BRT) que vão além do que o Rio tinha prometido ao COI e um estádio de handebol que será transformado em escola pública. O Estádio Olímpico está pronto, a construção da Vila Olímpica avança sem atraso e o financiamento privado representa cerca de 60 por cento do orçamento total, disse ele.

Adiamentos e custos excessivos nas obras para a Copa reforçaram a desconfiança internacional na capacidade do Brasil de entregar projetos, e o Rio espera corrigir essa percepção, disse Paes. O orçamento para os Jogos, de R$ 36,7 bilhões (US$ 16,3 bilhões) poderia subir até 20 por cento, disse ele.

Realmente acreditamos que estamos a tempo e vamos sediar uns jogos fantásticos”, disse Paes. “Muita verba pública está sendo economizada para construir os valores olímpicos e o legado que queremos deixar. Não vamos deixar elefantes brancos”.

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