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Avião da Chapecoense viajava com excesso de peso

Aeronave que transportava a equipe da Chapecoense e caiu na Colômbia tinha um peso maior que o permitido nos manuais

Avião da LaMia: piloto Miguel Quiroga, morto no acidente, tinha consciência de que o combustível não era suficiente (Reuters/Reuters)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 26 de dezembro de 2016 às 14h56.

Última atualização em 26 de dezembro de 2016 às 15h21.

Bogotá - As autoridades colombianas divulgaram na manhã desta segunda-feira um relatório sobre o acidente com o avião da Chapecoense que deixou 71 vítimas no dia 29 de novembro, próximo a Medellín, na Colômbia.

Por meio de gravações de voz do avião (voice recorder), os oficiais da Aeronáutica Civil explicaram detalhes da queda.

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"A aeronave tinha um peso superior ao permitido nos manuais", afirmou o coronel Freddy Augusto Bonilla, secretário de segurança da Aeronáutica Civil da Colômbia.

As autoridades ainda culpam a AASANA (Administração de Aeroportos e Serviços Auxiliares à Navegação Aérea da Bolívia) por ter aprovado o plano de voo da LaMia.

De acordo com Bonilla, o piloto Miguel Quiroga, morto no acidente, tinha consciência de que o combustível não era suficiente. "Eles estavam conscientes da limitação do combustível. Sabiam que não era suficiente."

A conclusão colombiana aponta apenas algumas diferenças em relação à versão boliviana, divulgada há duas semanas. As autoridades da Bolívia culparam o piloto do avião e a companhia aérea LaMia.

Foi aberto também processo contra a funcionária do aeroporto de Santa Cruz, de onde partiu o avião, que aceitou um plano de voo com o tempo de voo igual à autonomia, violando normas elementares.

O ministro de obras públicas da Bolívia, Milton Claros, foi taxativo. "O que aconteceu neste trágico evento é de responsabilidade direta da empresa LaMia e do piloto".

O secretário de segurança da Aeronáutica Civil da Colômbia fez um longo pronunciamento a partir da gravação da conversa do piloto da LaMia com a torre de controle de voo do aeroporto de Rionegro antes da queda do avião.

"O avião boliviano ingressa em Medellín neste momento. A aeronave boliviana está deixando o controle aéreo de Bogotá para o de Medellín e é autorizada a descer 3 mil metros. Até então, a tripulação não informou se havia uma situação de emergência. Essa aeronave conta com um sistema de alerta de baixa quantidade de combustível. Isso significa que se inicia um alarme audível e visual. De acordo com o manual da aeronave, avisa 20 minutos de voo com esse alarme. Esse alarme foi dado dois minutos depois dessa posição", contou o secretário.

A investigação se debruça agora sobre as razões da interrupção da gravação antes da queda do avião. "A gravação para um minuto antes da queda e temos que saber o motivo", disse.

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