Autoridades fazem alerta contra violência
Onda de protestos teve seu ápice na quinta, mesmo após a reivindicação inicial pela queda das passagens ter sido atendida em diversas cidades
Da Redação
Publicado em 21 de junho de 2013 às 13h29.
São Paulo - Autoridades e movimentos sociais criticaram nesta sexta-feira o aumento da violência em parte das manifestações que levaram mais de 1 milhão de pessoas às ruas em todo o Brasil na véspera.
A onda de protestos no país, que começou há cerca de duas semanas, teve seu ápice na quinta-feira em dezenas de municípios, mesmo após a reivindicação inicial pela queda das passagens ter sido atendida em diversas cidades.
O ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Giberto Carvalho, afirmou nesta manhã que o governo celebra a democracia e as manifestações populares, mas que a violência não será tolerada.
"O que está preocupando nos últimos momentos? É que as manifestações acabam sendo palco para manifestações de um tipo de expressão lamentável e irresponsável de vandalismo, que não podemos aceitar", disse Carvalho, durante reunião fechada sobre a Jornada Mundial da Juventude no fim de julho, que terá a presença prevista do papa Francisco.
Os atos de violência se agravaram em várias localidades. Em Brasília, manifestantes --que agora pedem uma extensa pauta que vai de melhoria dos serviços públicos à crítica pelos gastos para realização da Copa do Mundo no país-- chegaram a invadir e atear fogo ao Palácio do Itamaraty, sede do Ministério das Relações Exteriores.
Em todo o país, dezenas de pessoas ficaram feridas. No Rio de Janeiro, 62 pessoas feridas foram atendidas em um hospital na região central da capital. Também na quinta foi registrada a primeira morte relacionada a um protesto, em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo. O motorista atropelou 12 pessoas que participavam da manifestação na cidade, matando um jovem de 20 anos.
O Movimento Passe Livre (MPL), que deu partida a uma série de manifestações em diversas cidades brasileiras pela redução da tarifa do transporte público, informou nesta sexta-feira que por ora não convocará mais protestos em São Paulo.
"O MPL aqui em São Paulo não vai mais convocar os protestos. Pelo menos por enquanto, não tem nenhuma previsão de novas manifestações", disse o bancário e militante do MPL, Douglas Belome, à Reuters, por telefone.
Na cidade do Rio de Janeiro, onde mais de 300 mil pessoas protestaram, o prefeito Eduardo Paes (PMDB) afirmou que a Secretaria de Segurança e o governo do Estado "vão agir para proteger aqueles que acreditam na democracia".
"A gente precisa diferenciar e a gente precisa não permitir que esses atos de vandalismo possam marcar manifestações democráticas que fazem parte da história dessa cidade", disse Paes.
A presidente Dilma Rousseff cancelou viagens previstas para os próximos dias, inclusive uma internacional ao Japão, diante do agravamento dos protestos em todo o país. Nesta manhã, Dilma marcou reunião de emergência com diversos ministros para tratar do assunto.
As manifestações acontecem em meio à realização da Copa das Confederações, teste final do Brasil para receber o Mundial de futebol no ano que vem. Um porta-voz da Fifa disse que a Copa do Mundo no país está, garantida apesar dos protestos.
REJEIÇÃO A PARTIDOS Muitos dos manifestantes, em sua maioria jovens, têm se posicionado contra a participação de partidos políticos nas passeatas. Em São Paulo, a presença de legendas acirrou os ânimos de grupos que estavam nas ruas.
"Com relação ao que aconteceu ontem (quinta-feira), a gente ficou particularmente triste, porque entendeu que muitas das pessoas ligadas a partidos que estavam presentes estavam na luta com a gente desde o início, e algumas chegaram a ser acusadas de oportunistas e estavam sofrendo e vibrando com a gente desde o início, lutando pela mesma causa", afirmou o militante do MPL.
"O MPL se coloca como apartidário, mas insiste que não é antipartidário", acrescentou Belome.
O Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) foi expulso do ato na capital paulista, segundo o coordenador nacional do MST, Igor Felippe.
"Fomos agredidos e expulsos por um grupo violento que se dizia contra partidos, que expulsou todos os partidos, todos os movimentos sociais. A agressão começou contra o PT e depois se espalhou contra todos os partidos. PSTU, PSOL, PCO, PC do B", disse Felippe.
"Estamos muito preocupados porque a legalização e a liberalização dos partidos foi uma conquista democrática do período da década de 1980, e a manifestação contra esses grupos expressa uma rejeição ao sistema democrático. Estamos muito preocupados", acrescentou.
O coordenador nacional do MST disse ainda que o movimento consultou os presidentes de partidos para uma reunião com intuito de estabelecer um posicionamento conjunto "em torno desse ataque à democracia".
"Esses grupos que atacam a democracia são minoria nesses atos, mas têm conseguido de forma muito violenta dirigir a população que tem participado desses atos com intuito de conquistar mais direitos no sentido antidemocrático", comentou Felippe.
São Paulo - Autoridades e movimentos sociais criticaram nesta sexta-feira o aumento da violência em parte das manifestações que levaram mais de 1 milhão de pessoas às ruas em todo o Brasil na véspera.
A onda de protestos no país, que começou há cerca de duas semanas, teve seu ápice na quinta-feira em dezenas de municípios, mesmo após a reivindicação inicial pela queda das passagens ter sido atendida em diversas cidades.
O ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Giberto Carvalho, afirmou nesta manhã que o governo celebra a democracia e as manifestações populares, mas que a violência não será tolerada.
"O que está preocupando nos últimos momentos? É que as manifestações acabam sendo palco para manifestações de um tipo de expressão lamentável e irresponsável de vandalismo, que não podemos aceitar", disse Carvalho, durante reunião fechada sobre a Jornada Mundial da Juventude no fim de julho, que terá a presença prevista do papa Francisco.
Os atos de violência se agravaram em várias localidades. Em Brasília, manifestantes --que agora pedem uma extensa pauta que vai de melhoria dos serviços públicos à crítica pelos gastos para realização da Copa do Mundo no país-- chegaram a invadir e atear fogo ao Palácio do Itamaraty, sede do Ministério das Relações Exteriores.
Em todo o país, dezenas de pessoas ficaram feridas. No Rio de Janeiro, 62 pessoas feridas foram atendidas em um hospital na região central da capital. Também na quinta foi registrada a primeira morte relacionada a um protesto, em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo. O motorista atropelou 12 pessoas que participavam da manifestação na cidade, matando um jovem de 20 anos.
O Movimento Passe Livre (MPL), que deu partida a uma série de manifestações em diversas cidades brasileiras pela redução da tarifa do transporte público, informou nesta sexta-feira que por ora não convocará mais protestos em São Paulo.
"O MPL aqui em São Paulo não vai mais convocar os protestos. Pelo menos por enquanto, não tem nenhuma previsão de novas manifestações", disse o bancário e militante do MPL, Douglas Belome, à Reuters, por telefone.
Na cidade do Rio de Janeiro, onde mais de 300 mil pessoas protestaram, o prefeito Eduardo Paes (PMDB) afirmou que a Secretaria de Segurança e o governo do Estado "vão agir para proteger aqueles que acreditam na democracia".
"A gente precisa diferenciar e a gente precisa não permitir que esses atos de vandalismo possam marcar manifestações democráticas que fazem parte da história dessa cidade", disse Paes.
A presidente Dilma Rousseff cancelou viagens previstas para os próximos dias, inclusive uma internacional ao Japão, diante do agravamento dos protestos em todo o país. Nesta manhã, Dilma marcou reunião de emergência com diversos ministros para tratar do assunto.
As manifestações acontecem em meio à realização da Copa das Confederações, teste final do Brasil para receber o Mundial de futebol no ano que vem. Um porta-voz da Fifa disse que a Copa do Mundo no país está, garantida apesar dos protestos.
REJEIÇÃO A PARTIDOS Muitos dos manifestantes, em sua maioria jovens, têm se posicionado contra a participação de partidos políticos nas passeatas. Em São Paulo, a presença de legendas acirrou os ânimos de grupos que estavam nas ruas.
"Com relação ao que aconteceu ontem (quinta-feira), a gente ficou particularmente triste, porque entendeu que muitas das pessoas ligadas a partidos que estavam presentes estavam na luta com a gente desde o início, e algumas chegaram a ser acusadas de oportunistas e estavam sofrendo e vibrando com a gente desde o início, lutando pela mesma causa", afirmou o militante do MPL.
"O MPL se coloca como apartidário, mas insiste que não é antipartidário", acrescentou Belome.
O Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) foi expulso do ato na capital paulista, segundo o coordenador nacional do MST, Igor Felippe.
"Fomos agredidos e expulsos por um grupo violento que se dizia contra partidos, que expulsou todos os partidos, todos os movimentos sociais. A agressão começou contra o PT e depois se espalhou contra todos os partidos. PSTU, PSOL, PCO, PC do B", disse Felippe.
"Estamos muito preocupados porque a legalização e a liberalização dos partidos foi uma conquista democrática do período da década de 1980, e a manifestação contra esses grupos expressa uma rejeição ao sistema democrático. Estamos muito preocupados", acrescentou.
O coordenador nacional do MST disse ainda que o movimento consultou os presidentes de partidos para uma reunião com intuito de estabelecer um posicionamento conjunto "em torno desse ataque à democracia".
"Esses grupos que atacam a democracia são minoria nesses atos, mas têm conseguido de forma muito violenta dirigir a população que tem participado desses atos com intuito de conquistar mais direitos no sentido antidemocrático", comentou Felippe.