Atraso nas obras da Copa pode repetir erros do Pan, diz Crea-RJ
A advertência é do presidente do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura do Rio de Janeiro, Agostinho Guerreiro.
Da Redação
Publicado em 25 de abril de 2011 às 13h36.
Rio de Janeiro – O atraso na execução de obras para a Copa do Mundo de 2014 pode levar a erros cometidos durante a realização dos Jogos Pan-Americanos de 2007, com encarecimento no custo final e falta de qualidade dos projetos. A advertência é do presidente do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura do Rio de Janeiro, Agostinho Guerreiro.
O principal entrave, segundo o presidente do Crea-RJ, é a demora na liberação dos recursos, o que atrasa o início dos trabalhos, gera projetos menos detalhados e pressiona os prazos. Com a necessidade de se cumprir as entregas das obras, que são improrrogáveis, as empresas acabam adotando aditivos contratuais e os governos se vêem obrigados a liberar verbas com dispensa de licitação. Tudo isso provoca o encarecimento das obras e mesmo assim não garante a qualidade nos equipamentos construídos.
“As obras do Pan são o exemplo do que não devemos fazer. Nós ainda temos um tempo razoável. Se os projetos forem bem detalhados, nós podemos ter boas obras. A questão é que não podemos andar devagar nem rápido demais. Mas não podemos segurar os recursos financeiros, que devem ser liberados a tempo e a hora. No Pan o que aconteceu foi isso. Foram liberados os recursos no último momento e a prefeitura não colocou os recursos que tinha se comprometido.”
Guerreiro citou os exemplos de obras como a Vila Pan-Americana. Projetados para abrigar os atletas e depois vendidos a interessados, os prédios apresentaram uma série de problemas estruturais e até hoje os apartamentos não estão totalmente habitados. Também houve problemas em equipamentos como o Parque Aquático Maria Lenk, que logo após os jogos teve rachaduras.
“A obra do Pan ficou num ritmo muito lento e depois tudo foi feito de afogadilho na última hora. Essa tradição temos que romper. As coisas ficam prontas, mas não ficam boas. Ainda há tempo para termos excelentes equipamentos esportivos para a Copa do Mundo.”
Além de interferir na qualidade das construções, o atraso nos trabalhos acaba levando a um encarecimento final. “A gente tem uma tradição das nossas obras custarem até 30%, 40% a mais que o preço original. Havendo casos em que o preço chegou a mais de 100%, o que é um absurdo total.”
Apesar de demonstrar preocupação com a situação atual, o presidente do Crea-RJ disse acreditar que há tempo hábil para corrigir distorções e acelerar as obras. “Ainda temos tempo, se houver essa combinação dos projetos passarem por um nível de detalhamento e execução, combinado com a liberação de recursos, nós não vamos chegar aquela situação do Pan. Hoje nós podemos evitar a situação do Pan. Daqui a um ano vai ficar mais difícil. Em um ano e meio, fica impossível.”
Guerreiro demonstrou preocupação na obra de reforma do Estádio do Maracanã, que terá a cobertura de concreto substituída por uma de lona especial, em uma aumento de custo que pode chegar a quase R$ 300 milhões.
A cobertura precisou do aval do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Ipham), pois o estádio é um bem tombado. O superintendente regional do instituto, Carlos Fernando Andrade, aprovou a demolição da cobertura original, sob alegação de que ela não seria percebida pela população, a partir do ângulo inferior do estádio, e também que a importância do Maracanã para a cultura brasileira seria mantida, apesar das modificações.
Rio de Janeiro – O atraso na execução de obras para a Copa do Mundo de 2014 pode levar a erros cometidos durante a realização dos Jogos Pan-Americanos de 2007, com encarecimento no custo final e falta de qualidade dos projetos. A advertência é do presidente do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura do Rio de Janeiro, Agostinho Guerreiro.
O principal entrave, segundo o presidente do Crea-RJ, é a demora na liberação dos recursos, o que atrasa o início dos trabalhos, gera projetos menos detalhados e pressiona os prazos. Com a necessidade de se cumprir as entregas das obras, que são improrrogáveis, as empresas acabam adotando aditivos contratuais e os governos se vêem obrigados a liberar verbas com dispensa de licitação. Tudo isso provoca o encarecimento das obras e mesmo assim não garante a qualidade nos equipamentos construídos.
“As obras do Pan são o exemplo do que não devemos fazer. Nós ainda temos um tempo razoável. Se os projetos forem bem detalhados, nós podemos ter boas obras. A questão é que não podemos andar devagar nem rápido demais. Mas não podemos segurar os recursos financeiros, que devem ser liberados a tempo e a hora. No Pan o que aconteceu foi isso. Foram liberados os recursos no último momento e a prefeitura não colocou os recursos que tinha se comprometido.”
Guerreiro citou os exemplos de obras como a Vila Pan-Americana. Projetados para abrigar os atletas e depois vendidos a interessados, os prédios apresentaram uma série de problemas estruturais e até hoje os apartamentos não estão totalmente habitados. Também houve problemas em equipamentos como o Parque Aquático Maria Lenk, que logo após os jogos teve rachaduras.
“A obra do Pan ficou num ritmo muito lento e depois tudo foi feito de afogadilho na última hora. Essa tradição temos que romper. As coisas ficam prontas, mas não ficam boas. Ainda há tempo para termos excelentes equipamentos esportivos para a Copa do Mundo.”
Além de interferir na qualidade das construções, o atraso nos trabalhos acaba levando a um encarecimento final. “A gente tem uma tradição das nossas obras custarem até 30%, 40% a mais que o preço original. Havendo casos em que o preço chegou a mais de 100%, o que é um absurdo total.”
Apesar de demonstrar preocupação com a situação atual, o presidente do Crea-RJ disse acreditar que há tempo hábil para corrigir distorções e acelerar as obras. “Ainda temos tempo, se houver essa combinação dos projetos passarem por um nível de detalhamento e execução, combinado com a liberação de recursos, nós não vamos chegar aquela situação do Pan. Hoje nós podemos evitar a situação do Pan. Daqui a um ano vai ficar mais difícil. Em um ano e meio, fica impossível.”
Guerreiro demonstrou preocupação na obra de reforma do Estádio do Maracanã, que terá a cobertura de concreto substituída por uma de lona especial, em uma aumento de custo que pode chegar a quase R$ 300 milhões.
A cobertura precisou do aval do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Ipham), pois o estádio é um bem tombado. O superintendente regional do instituto, Carlos Fernando Andrade, aprovou a demolição da cobertura original, sob alegação de que ela não seria percebida pela população, a partir do ângulo inferior do estádio, e também que a importância do Maracanã para a cultura brasileira seria mantida, apesar das modificações.