Av. Paulista: em dezembro de 2013, a Justiça do Rio condenou Vieira a cinco anos de prisão em regime fechado por portar artefato explosivo durante o protesto (foto/Agência Brasil)
Estadão Conteúdo
Publicado em 24 de abril de 2017 às 22h16.
São Paulo - Um protesto contra a condenação do catador de material reciclável Rafael Braga Vieira, acusado de tráfico de drogas e associação ao tráfico, bloqueia totalmente a Avenida Paulista, nos dois sentidos, na altura da Rua Augusta, na noite desta segunda-feira, 24.
Vieira tinha sido preso em 2013 no Rio durante a onda de protestos em junho daquele ano.
O protesto, que pede a liberdade de Rafael, foi convocado por movimentos sociais como o Mães de Maio e teve concentração às 18 horas no Masp.
Em dezembro de 2013, a Justiça do Rio condenou Vieira a cinco anos de prisão em regime fechado por portar artefato explosivo durante o protesto.
De acordo com a denúncia do Ministério Público, ele estaria levando dois frascos de coquetel molotov.
Vieira, por sua vez, negou a posse dos objetos e diz que um dos frascos continha desinfetante e o outro, água sanitária. Afirmou também que não participava das manifestações. Foi o primeiro e único caso de condenação criminal pelos protestos de 2013.
O acusado estava em regime aberto, com uso de tornozeleira, quando foi novamente preso em janeiro de 2016 por crimes de tráfico de drogas e associação ao tráfico.
Em sentença divulgada no portal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, na última quinta-feira, 20, o juiz Ricardo Coronha Pinheiro, condenou Vieira a 11 anos e 3 meses de reclusão e pagamento de R$ 1687.
Segundo a decisão, Vieira portava 0,6 g de maconha e 9,3 g de cocaína na comunidade Vila Cruzeiro quando foi abordado pelos agentes. O acusado negou ter envolvimento com o tráfico.
O vereador de Campinas Pedro Tourinho (PT), protocolou nesta segunda uma moção de repúdio contra a prisão arbitrária de Rafael Braga.
"Repudiamos a seletividade da justiça que pune a pobreza, a juventude, a negritude e as lutas sociais!", diz ele no documento.
A Polícia Militar acompanha o protesto, mas não divulgou estimativa do número de pessoas no local.