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Ativistas promovem um dia de homenagens a Abdias Nascimento

Reconhecimento do trabalho do político e ativista da igualdade contará com artistas no Cais Valongo, antigo ponto de desembarque de africanos no Brasil


	Abdias do Nascimento: Abdias dedicou sua vida à luta contra o racismo e a discriminação racial. Foi um dos percursores da defesa da inclusão da história e cultura afro-brasileira nas escolas
 (Célio Azevedo/Senado Federal)

Abdias do Nascimento: Abdias dedicou sua vida à luta contra o racismo e a discriminação racial. Foi um dos percursores da defesa da inclusão da história e cultura afro-brasileira nas escolas (Célio Azevedo/Senado Federal)

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Da Redação

Publicado em 12 de março de 2014 às 19h30.

Rio de Janeiro - O centenário de nascimento de Abdias Nascimento será lembrado nesta sexta-feira (14), com homenagens ao político e ativista da igualdade racial. O reconhecimento de seu trabalho contará com intelectuais e artistas no Cais Valongo, antigo ponto de desembarque de africanos escravizados no Brasil.

Segundo a organizadora do evento e diretora do Instituto de Pesquisas e Estudos Afro Brasileiros, Elisa Larkin, Abdias Nascimento foi um dos primeiros intelectuais brasileiros a denunciar o impacto da escravidão sobre sobre os brasileiros. “Mais do que isso, ele foi ativista dos direitos humanos da população negra discriminada, em um momento que a causa não gozava de nenhum endosso da sociedade. Era um momento de negação do racismo”, disse.

Para lembrar Abdias, a programação debate as teses do intelectual. “Ele era autor de propostas de inclusão de um modelo de organização do Estado brasileiro que fosse igualitário do ponto de vista socioeconômico e político, e que respeitasse integralmente todas as suas identidades e culturas”, acrescentou Elisa.

As homenagens terão início às 12h, com a declamação de poesias por Nilze Carvalho. Segue com apresentação do Teatro Experimental do Negro. Entre os palestrantes estarão o professor da Universidade de São Paulo Kabengele Munanga, a filósofa Sueli Carneiro, diretora do Instituto da Mulher Negra, e a professora da Universidade Federal de Minas Gerais Leda Maria Martins.

A programação inclui a presença de ativistas de outros países. Entre eles, o sociólogo e cientista político, atualmente na Universidade Brown, nos Estados Unidos, Anani Dzidzienyo, além do ex-jogador de futebol francês Lilian Thuram, que lançou o livro “As minhas Estrelas Negras – De Lucy a Barack Obama”, traduzido para o português ano passado.

Após os debates, no Centro Cultural Ação da Cidadania, sairá um cortejo em direção ao Cais do Valongo, onde será feita uma cerimônia interreligiosa. Acompanhará a caminhada a orquestra de atabaques do grupo Treme Terra Esculturas Sonoras. A noite chega ao fim depois de apresentações da rapper Re.Fem e do sambista Nei Lopes.

Nascido no interior de São Paulo, Abdias dedicou sua vida à luta contra o racismo e a discriminação racial. Foi um dos percursores da defesa da inclusão da história e cultura afro-brasileira nas escolas, e de ações afirmativas para a população negra. Fundou um jornal que denunciava a situação dos negros no Brasil e criou o grupo Teatro Experimental do Negro. Morreu aos 97 anos, em 2011.

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