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Ataques de piratas de combustíveis chegam ao eixo Rio-São Paulo

Os principais alvos são os terminais de armazenamento de combustível na Ilha do Governador, no Rio, e em São Sebastião e no Porto de Santos, em São Paulo

Petrobras: negou a existência de registros de ataques piratas a seus ativos na Baía de Guanabara (Ueslei Marcelino/Reuters)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 31 de julho de 2017 às 11h03.

Última atualização em 31 de julho de 2017 às 13h03.

Rio de Janeiro - Os ataques de piratas romperam as fronteiras da Amazônia e chegaram ao eixo Rio -São Paulo. Os principais alvos são os terminais de armazenamento de combustível da Petrobrás e de outras petroleiras na Ilha do Governador, no Rio, em São Sebastião e no Porto de Santos, no litoral de São Paulo. Assim como nas ocorrências da Amazônia, os criminosos agem encapuzados e armados e usam pequenos barcos pequenos de alta velocidade para acessar os terminais.

"O píer está em águas marinhas. A cerca das distribuidoras vai até o limite da água. Por dentro das instalações eles não vão, pois teriam de passar por portaria, unidades de destilação. Então, quando fazem alguma dessas ações, é pela água, que pertence ao Estado e deveria estar sendo vigiada", explicou uma fonte ligada às distribuidoras de combustíveis.

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Empresas que atuam na área de logística passaram a contratar serviços de segurança para evitar ataques de piratas. É o caso da Brasbunker, responsável por parte do transporte de derivados de petróleo da Petrobrás, que tem serviço de proteção patrimonial 24 horas para conter sobretudo o roubo de diesel.

"A empresa teve de criar sua própria área de segurança patrimonial para defender suas embarcações e cargas", disse o presidente do Sindicato Nacional das Empresas de Navegação de Tráfego Portuário (Sindiporto Brasil), Carlos Augusto de Souza Aguiar Cordovil, que comandou a diretoria de apoio portuário da Brasbunker por vários anos. Após a criação do departamento, ao custo de R$ 1 milhão por ano, não houve mais registros de roubo de combustível, segundo Cordovil.

A Baía de Guanabara, porém, continua na mira dos piratas, que atacaram o navio Jean Charcot - que, segundo o presidente da Sindiporto Brasil, veio da Inglaterra para o Brasil prestar serviços para a Petrobrás, e foi invadido em fevereiro de 2016.

O diretor da Federação Nacional de Petroleiros (FNP), Lourival Júnior, confirma as ocorrências. "Os piratas chegam à Ilha do Governador pela Baía de Guanabara. Adentram áreas da Petrobrás e trocam tiros com os vigilantes".

Segundo fontes ligadas ao setor, o mesmo ocorre no litoral paulista, em áreas como o terminal da Transpetro, em São Sebastião, e o Porto de Santos. Segundo fonte das distribuidoras, o problema não se restringe à Petrobrás e afeta também outras companhias.

Além de combustível, os piratas roubam equipamentos de navegação das embarcações, como radares, afirma José Rebelo, vice-presidente da Federação Nacional das Empresas de Navegação Aquaviária (Fenavega). "O combustível é sempre a principal motivação, pois é fácil de vender."

Outro lado

Em nota, a Petrobrás negou a existência de registros de ataques piratas a seus ativos na Baía de Guanabara. A companhia informou que o navio Jean Charcot não prestou serviço à companhia. "A Petrobrás conta com segurança patrimonial para proteção da força de trabalho e das instalações. Há várias embarcações fundeadas na Baía de Guanabara e cada uma faz a gestão da sua segurança."

A Petrobrás confirmou dois registros de tentativas de furto de combustível na Refinaria de Manaus e seis de furtos de materiais este ano no Terminal Aquaviário de Coari, mas negou roubos de equipamentos no Porto de Encontro às Águas, em Manaus.

A Marinha disse, também em nota, que se tratam de crimes comuns, de competência dos órgãos de segurança pública. A Polícia Civil de São Paulo disse não ter registros de ocorrência de ações de piratas. A Secretaria de Segurança Pública do Rio não se manifestou.

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