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Às vésperas da eleição, PT e aliados racham na Bahia

Partido enfrenta disputas internas que já extrapolaram os limites da legenda


	Jaques Wagner: PT deverá decidir sucessor do baiano no próximo dia 30
 (Marcello Casal Jr./AGÊNCIA BRASIL)

Jaques Wagner: PT deverá decidir sucessor do baiano no próximo dia 30 (Marcello Casal Jr./AGÊNCIA BRASIL)

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Da Redação

Publicado em 7 de novembro de 2013 às 19h53.

Salvador - Às vésperas da eleição que vai definir a composição da nova direção estadual da legenda, que ocorre no sábado, 09, e do anúncio oficial de quem será o candidato do partido ao governo da Bahia, previsto para o próximo dia 30, o PT enfrenta disputas internas que já extrapolaram os limites do partido.

Na linha de frente, estão apoiadores de três pré-candidatos da legenda a suceder o petista Jaques Wagner no comando da administração estadual: o secretário da Casa Civil, Rui Costa, preferido do governador, o secretário do Planejamento e ex-presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, que tem o apoio de boa parte das organizações sindicais do Estado e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e o senador Walter Pinheiro, que reúne boa parte da base do partido em torno do seu nome, mas encontra forte resistência da direção estadual da legenda.

Até grupos organizados que historicamente apoiam a legenda no Estado, como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), escancaram as divergências. O líder nacional do movimento, João Pedro Stédile, por exemplo, divulgou vídeo, na segunda-feira, 04, para apoiar a candidatura de Gabrielli. "É o melhor quadro do PT baiano para ser governador", disse no depoimento, distribuído pela internet.

No dia seguinte, a direção baiana do MST reagiu publicamente ao anúncio. "O posicionamento reflete uma opinião pessoal de nosso companheiro, não uma posição da direção do MST na Bahia", disse o líder estadual do movimento, Márcio Matos, também integrante da direção nacional do MST. "Estamos com Rui Costa pela sua relação histórica com o MST baiano."

A disputa se estende aos partidos aliados ao governo. Apesar de ainda restrita aos bastidores, já há conversas sobre possível saída de legendas da base caso um ou outro candidato seja o escolhido. O PP, liderado no Estado pelo ex-ministro das Cidades Mário Negromonte, por exemplo, já avisou ao PT baiano que prefere a candidatura de Walter Pinheiro - e não descarta apoiar a senadora Lídice da Mata, pré-candidata ao governo pelo PSB, caso o escolhido seja outro.

Favoritismo

O nome de Costa, porém, desponta como o favorito. Companheiro de Wagner desde os tempos em que ele liderava o Sindicato dos Trabalhadores na Indústria Petroquímica do Estado, no fim dos anos 1980, o secretário da Casa Civil acompanhou o governador em toda a carreira política e hoje cuida pessoalmente de duas das áreas mais estratégicas em investimentos no Estado, transporte e mobilidade urbana. Ele também conta com o apoio da atual direção da legenda no Estado e do candidato favorito a assumir a nova direção, Everaldo Anunciação - um dos cinco candidatos na também conturbada eleição.

A pré-candidatura de Costa ainda recebeu, na semana passada, um grande reforço, quando ele foi publicamente elogiado pela presidente Dilma Rousseff durante a inauguração de uma via expressa em Salvador. Presente ao evento, sentado na primeira fila das autoridades - Costa estava na de trás -, Pinheiro não escondeu a insatisfação com o comentário.

Enquanto isso, Gabrielli tenta arregimentar apoios no PT nacional e põe o pé na estrada na Bahia. O pré-candidato, que chegou a fazer um grande evento, no dia 19, em um hotel de Salvador, para lançar "oficialmente" a pré-candidatura (a campanha chama-se "Tô com Zé"), reuniu-se, no início da semana, com Lula, em São Paulo, e parte, neste fim de semana, para uma série de viagens pelo interior da Bahia. A intenção é visitar até o fim do mês, 13 cidades que são polos regionais do Estado, em grandes eventos organizados por seus apoiadores.

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