Protesto de caminhoneiros na BR-040, nas proximidades da cidade de Valparaíso de Goiás, em 9 de novembro de 2015 (Marcelo Camargo/Agência Brasil/Agência Brasil)
Talita Abrantes
Publicado em 9 de novembro de 2015 às 17h29.
São Paulo – Dos 48 pontos de bloqueio em rodovias federais registrados nesta segunda-feira, 19 já estavam liberados por volta das 17h de hoje, segundo informações da Polícia Rodoviária Federal.
No total, cerca de 13 estados foram afetados pelos bloqueios organizados por caminhoneiros que pedem, entre outros pontos, a renúncia da presidente Dilma Rousseff. Ivar Schmidt, que é um dos líderes do movimento, chegou a afirmar que o grupo só irá negociar “com o próximo governante”.
Os caminhoneiros pedem ainda a redução do preço do óleo diesel, uma tabela de preços mínimos para o frete e a unificação dos salários da categoria.
Na lista de reinvindicações, o grupo pede também a reserva de mercado de 40% das cargas encomendadas pelo governo e liberação de crédito de R$ 50 mil com juros subsidiados para transportadores autônomos, além da anulação de multas aplicadas aos caminhoneiros durante os protestos passados e ajuda do governo para refinanciamento de veículos.
Diferentemente das mobilizações do primeiro semestre, o protesto de hoje não tem vínculo com qualquer sindicato e foi organizado, principalmente, pelas redes sociais encabeçado pelo Comando Nacional do Transporte - que tem apoio de grupos da oposição como Revoltados Online.
Em nota, a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística (CNTTL) afirmou que a greve é política e não representa caminhoneiros.
Veja o mapa das rodovias que tiveram interdições nesta segunda ou onde os bloqueios continuam:
[googlemaps https://www.google.com/maps/d/embed?mid=zmTa6Bn3vjWo.kj3tUnL6vCFg&w=640&h=480%5D
A maior parte dos protestos, contudo, não afeta o tráfego nas estradas. Havia, até o final da tarde desta segunda-feira, apenas cinco bloqueios totais das estradas. Veja a lista:
Rodovia interditada às 17h | Município | Estado | BR | Km | Tipo de interdição |
---|---|---|---|---|---|
Sim | Petrolina | PE | 407 | 130 | TOTAL |
Sim | Juazeiro | BA | 407 | 2 | TOTAL |
Sim | Dom Pedrito | RS | 293 | 247 | TOTAL |
Sim | Vacaria | RS | 116 | 40 | TOTAL |
Sim | Três Cachoeiras | RS | 101 | 22 | TOTAL |
Ano de protestos
Em fevereiro, caminhoneiros bloquearam rodovias de ao menos 10 estados contra o preço do diesel e a cobrança de pedágio por eixo suspenso dos caminhões, medida que influenciou o valor do frete. Em abril, entrou em vigor a Lei dos Caminhoneiros, que foi sancionada sem vetos pela presidente em resposta a um pedido da categoria.
No entanto, alguns dias depois, a categoria voltou a tomar as rodovias depois que o governo se recusou a criar uma tabela com valor mínimo para o frete. A tabela de frete mínimo aumentaria em torno de 30% os valores praticados hoje. Os manifestantes afirmam que a medida protegeria a categoria das oscilações do mercado.
O governo, por sua vez, considera a proposta inconstitucional e sugere a criação de uma tabela referencial, portanto, não obrigatória.