As principais causas de mortes no Brasil (e como evitá-las)
A alimentação saudável e a prática de atividades físicas ajudam a evitar, pelo menos, cinco delas
Rita Azevedo
Publicado em 17 de junho de 2015 às 11h15.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 14h40.
São Paulo - As doenças cerebrovasculares, que incluem o acidente vascular cerebral ( AVC ), são as principais causas de morte no Brasil. No total, foram pouco mais de 100 mil óbitos registrados em 2013, de acordo com dados do Ministério da Saúde. Em segundo lugar na lista de causas de mortes aparece o infarto agudo do miocárdio, com cerca de 85,5 mil casos - quase 236 mortes por dia. Nas últimas décadas, o perfil dos óbitos no Brasil mudou bastante. A melhoria no acesso a serviços de saneamento fez com que caísse o número de mortes provocadas por doenças infecciosas e transmissíveis. Houve, no entanto, um aumento no número das ocasionadas por doenças crônicas ou ligadas à causas externas, como acidentes de trânsito e violência . Clique nas fotos acima e veja as principais causas de morte no país, acompanhadas do número de óbitos registrados em 2013 e dos fatores de risco. Os dados são do Sistema de Informações sobre Mortalidade, do Ministério da Saúde.
Em 2013, foram cerca de 100 mil óbitos causados por doenças cerebrovasculares, mesmo número registrado em 2012. Na lista dessas doenças está o AVC, conhecido popularmente como derrame. Os principais fatores de risco para elas são o hábito de fumar, o uso de anticoncepcionais , o consumo excessivo de bebidas alcoólicas, a hipertensão arterial e a obesidade.
O infarto agudo acontece quando parte do coração não recebe oxigênio em quantidade suficiente, provocando a morte do músculo chamado miocárdio. Em 2013, foram 85,9 mil mortes em decorrência de infartos, 2% a mais do que no ano anterior. As pessoas mais propensas a ter um infarto são as que têm uma má alimentação, que realizam poucas atividades físicas e que vivem em ambientes estressantes.
Com 68,3 mil mortes registradas em 2013 - 10% a mais do que em 2012 -, a pneumonia tem como principais fatores de risco o tabagismo e o consumo de álcool, que reduzem a capacidade de defesa do aparelho respiratório. Ficar muito tempo em ambientes com ar-condicionado também pode influenciar o surgimento da doença, uma vez que, com o ar mais seco, é mais fácil a penetração dos germes nas vias respiratórias.
Qualquer pessoa pode ter a doença, mas algumas condições podem aumentar o risco como ter mais de 45 anos, consumir álcool com frequência e não praticar atividades físicas. Em 2013, foram 58 mil mortes em decorrência de diabetes, número igual ao registrado em 2012.
A maioria das vítimas de armas de fogo está em cidades que se encaixam em algumas características como ser um polo de crescimento no interior dos estados ou estar localizada em fronteiras ou em áreas de turismo predatório. Esses perfis aparecem num estudo divulgado recentemente pela Unesco e pelo governo federal. A pesquisa mostra, também, que os negros são 2,5 vezes mais vitimados por armas do que os brancos. Cerca de 50 mil mortes foram provocadas por armas de fogo em 2013, número parecido ao registrado no ano anterior.
As doenças hipertensivas foram a causa de cerca de 46,8 mil mortes em 2013 - 1,5 mil mais do que em 2012. A mais conhecida delas é a hipertensão arterial, doença que acomete um a cada quatro brasileiros. A hereditariedade, assim como o consumo excessivo de sal e alimentos fritos podem desencadear a hipertensão, que é quando a pressão sanguínea do corpo aumenta, fazendo com que o coração tenha que trabalhar mais para fazer o sangue circular.
O tabagismo, incluindo o passivo, é o fator de risco mais comum para a bronquite, a efisema e a asma. Juntas, essas doenças foram a causa de 43,5 mil mortes no Brasil em 2013 - cerca de 119 óbitos por dia. Outros fatores que contribuem para o desenvolvimento dessas doenças são a inalação de produtos químicos em fábricas e a poluição do ar.
Quase 42 mil pessoas morreram em 2013 em acidentes de trânsito. O número é 6% menor do que o registrado no ano anterior, mas ainda preocupa. O excesso de velocidade e a ultrapassagem em lugar indevido são as principais causas de mortes nas estradas do país, segundo dados da Polícia Federal. Contribui, também, para o alto índice de óbitos o hábito de não usar cinto de segurança e o consumo de álcool antes de dirigir.
Pouco mais de 27 mil pessoas morreram, em 2013, devido à insuficiência cardíaca, que é quando o coração não bombeia sangue suficiente para o corpo. Ela geralmente se desenvolve em quem já teve ataque cardíaco ou hipertensão arterial. Outros fatores de risco são a ocorrência de diabetes e de doenças do coração na família. Uma alimentação saudável e a prática de atividades físicas são importantes para evitá-la.
Em 2013, foram registradas 24,4 mil mortes devido ao câncer de pulmão. O principal fator que influencia o surgimento da doença é o hábito de fumar. O risco, no entanto, não fica restrito ao fumante, mas também se apresenta para as pessoas que inalam de forma passiva substâncias cancerígenas presentes na fumaça do cigarro. A exposição ao amianto também é considerada um fator de risco à doença, assim como viver em cidades com altos níveis de poluição do ar.
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