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Primeiras doses da vacina contra a covid-19 têm data para chegar ao Brasil

De acordo com o Instituto Butantan, neste primeiro momento serão 120 mil doses de um lote de 6 milhões que serão entregues até o fim do ano

 (Dado Ruvic/Reuters)

(Dado Ruvic/Reuters)

GG

Gilson Garrett Jr

Publicado em 9 de novembro de 2020 às 13h39.

Última atualização em 9 de novembro de 2020 às 15h53.

O Instituto Butantan disse nesta segunda-feira, 9, que vai receber as primeiras doses da vacina contra a covid-19, desenvolvida com o laboratório chinês Sinovac, no dia 20 de novembro. Serão 120 mil doses de um lote de 6 milhões que serão entregues até o fim do ano.

Há duas semanas, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou a importação dessas doses prontas e da matéria-prima do laboratório chinês, necessária para que o Butantan formule mais 40 milhões de doses da vacina contra o coronavírus, totalizando 46 milhões.

A produção e a vacinação ainda dependem do resultado dos estudos clínicos que vão comprovar a eficácia do imunizante. Os resultados são previstos pelo governo de São Paulo para o fim deste ano. Também vai ser necessário o registro da vacina por parte da Anvisa.

Nesta segunda-feira, 9, o Butantan anunciou ainda que começaram as obras para a construção da fábrica que vai produzir a vacina contra a covid-19 em território nacional. A conclusão é prevista para setembro de 2021 e a capacidade é de 100 milhões de doses por ano.

“É uma instalação que já existia. E será totalmente remodelada em 10 mil metros quadras de área. É um passo fundamental que consolida o Butantan e o Brasil na corrida mundial pela produção de vacinas. A previsão é de concluir as obras em 10 meses”, disse o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), em entrevista coletiva nesta segunda-feira.

O custo total é de 142 milhões de reais, e está sendo financiado por 24 empresas da iniciativa privada, como o BTG Pactual Digital, Ambev, Magalu e Rede D’Or. O governo federal prometeu transferir 84 milhões de reais para o estado de São Paulo, com o objetivo de financiar a ampliação da fábrica. Mas até agora, o governo estadual ainda não recebeu o dinheiro.

Testes de eficiência

Na mês passado, o Butantan revelou dados preliminares da fase de testes da vacina contra a covid-19. Menos de 35% dos voluntários tiveram algum tipo de efeito colateral, e a maior parte foi apenas de uma dor no local da aplicação.

Apesar de não apresentar efeitos colaterais significativos, ainda não há como afirmar se ela é eficaz para combater a covid-19. Até o momento, 9.000 voluntários já receberam a vacina em sete estados brasileiros. O total de testados será de 13.000 pessoas.

O diretor do Butantan, Dimas Covas, explicou que, para que a comprovação da eficácia seja confirmada, é necessário que pelo menos 61 casos de covid-19 sejam confirmados dentro do grupo de voluntários, o que ainda não ocorreu. Com este diagnóstico positivo é possível identificar se aquele voluntário recebeu o placebo ou a vacina e comparar os dados.

 

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