Lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio de Janeiro: é a primeira vez que há esse tipo de incidente (Reprodução)
Da Redação
Publicado em 20 de novembro de 2015 às 17h32.
Rio - A parte superior da tradicional árvore de Natal da Lagoa Rodrigo de Freitas, zona sul do Rio, desabou na madrugada dessa sexta, 20, por causa do vento forte.
Em 20 anos da "primeira e maior árvore de Natal flutuante do mundo", conforme a propaganda da empresa Bradesco Seguros, patrocinadora, é a primeira vez que há esse tipo de incidente. A inauguração, que estava marcada para o próximo dia 28, foi adiada por tempo indeterminado.
A montagem começara no dia 16 de setembro, com a chegada à Lagoa dos flutuadores em que se apoia a base, e estava quase toda finalizada. A estrutura, que é móvel e estava na borda da lagoa na altura do Parque dos Patins, seria transportada às 5 horas para a linha d'água, mas antes disso se partiu com a ventania da madrugada, que atingiu 51 km/h. A média foi estimada pelo Centro de Operações do Rio, órgão da Prefeitura que monitora o município.
A Backstage Produções, responsável pela montagem da árvore desde a primeira edição, em 1996, informou que uma equipe de engenheiros passou o dia avaliando a extensão dos danos "a fim de repará-la o mais breve possível".
O tema desse ano da árvore é "O Natal da Renovação" e faz alusão aos Jogos Olímpicos do Rio, a serem disputados em agosto de 2016. Com condução do apresentador de TV Otaviano Costa e show pirotécnico, o espetáculo de inauguração estava programado para acontecer em palco montado em frente ao Parque do Cantagalo, com a apresentação das companhias de dança do coreógrafo Carlinhos de Jesus e Nós da Dança, além da participação do Coral da Fundação Bradesco, dos cantores Simone e Daniel e da cantora mirim Giulia Soncini.
Os números referentes à árvore anunciados para este ano são robustos e cresceram em relação ao ano passado: 3,3 milhões de microlâmpadas, 200 mil a mais do que em 2014; 140 quilômetros de mangueiras luminosas (eram 120), cem refletores de led e 2.150 estrobos, que emitem luz piscante. A altura da árvore não mudou: 85 metros, o que equivale a um edifício de 28 andares. Metade da estrutura foi derrubada pelo vento, e ontem era só um amontoado de ferro retorcido.
Pelo desenho original, as formas coloridas que iriam se alternar eram de flores, plantas, adornos natalinos, gotas de chuva e um mapa-mundi, com destaque para o Rio, por causa da Olimpíada. Ontem, a Backstage informou não ter informações ainda sobre a nova data de inauguração nem como ficará o projeto após o incidente.
O vento já havia deslocado a árvore nas águas da Lagoa em outros anos, mas sem danos. A árvore é montada sobre 11 flutuadores ligados por vigas, num total de 810 metros quadrados, com peso entre 12 a 16 toneladas, o que garante estabilidade na base. O trabalho envolve 1.200 profissionais (produtores, engenheiros, técnicos e artistas).
A árvore começou, em sua primeira edição, com 48 metros de altura e 1,5 milhão de microlâmpadas e, de 20 anos para cá, virou tradição no Natal carioca. Ela divide opiniões: a maioria das pessoas aprova, e muitas vão apreciá-la de perto, desde a inauguração até a desmontagem, em janeiro. Mas há quem ache a árvore cafona e um incômodo, por provocar engarrafamentos. Nas redes sociais, os danos foram bastante comentados: o primeiro grupo lamentou; o segundo, comemorou.
Colaborou Constança Rezende