Arquivos da Andrade Gutierrez reforçam indícios de cartel
O registros indicam a divisão de obras entre as empreiteiras do "clube VIP", para dar cobertura e uso de apoios políticos
Da Redação
Publicado em 5 de outubro de 2015 às 14h22.
São Paulo - Os arquivos de computadores, HDs e pen drives de executivos da Andrade Gutierrez trouxeram para a Polícia Federal importantes dados para serem usados nos inquéritos sobre formação de cartel e fraude em licitações da Petrobras , no âmbito dos processos da Operação Lava Jato , em Curitiba.
São registros que indicam a divisão de obras entre as principais empreiteiras do "clube VIP", participação em concorrências para contratos para dar cobertura e uso de apoios políticos.
Um desses documentos é uma tabela com os campos "Convidados" e "Comentários", de empresas que participariam das obras e a situação de cada uma, armazenado em um pen drive do executivo da Andrade Gutierrez Antonio Pedro Campelo de Souza.
A PF destaca algumas dessas anotações. "AG (possivelmente Andrade Gutierrez): Participou DA O&M da Ref. Nordeste em troca da posição no Comperj", "Delta - Tem forte apoio político no local e no cliente >>>> Pedido Explícito" e "EIT - Pedido Explícito do Cliente >>>> Compensação Interna >>> Pedido do Ex MMM (Ex-Ministro de Minas e Energia)". A Delta e a EIT são outras duas empresas investigadas na Lava Jato.
Há ainda anotações que fariam referência à Odebrecht. "CNO - Ganhou 90 MMR$ na Ref. Nordeste com apoio da AG". A "Ref. Nordeste" é a Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, onde já foi comprovada a corrupção e fraudes. Há ainda referência à Camargo Corrêa, cujo os executivos já fizeram acordo de delação premiada admitindo propina na obra. "CCCC - Ganhou 90R$ na Ref. Nordeste com apoio da AG".
O juiz Sérgio Moro já condenou os executivos da Camargo Corrêa, identificada como "CCCC" na tabela- por corrupção e lavagem nas obras da Abreu e Lima, junto com o ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto Youssef - cotas do PP no esquema de fatiamento político da estatal, comandado ainda pelo PT e PMDB.
Os documentos confirmam a divisão de obras e combinação de licitações, com participação de empreiteira na "cobertura" de outras, avaliam os investigadores.
Em outro documento aberto dos arquivos apreendidos na empreiteira, foi encontrado uma planilha com informações de divisão do mercado entre as empreiteiras, problemas que podem ocorrer e como controlar o mercado.
"Aparentando ser através de influência, sorteios entre as empreiteiras 'amigas' e cotas para acomodar as demais construtoras, 'acomodar o mercado'", interpreta da PF.
O material foi anexado pela PF na última semana aos autos da Lava Jato. Executivos da Andrade Gutierrez são réus em uma ação penal aberta em agosto, acusados de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
O presidente da empreiteira, Otávio Marques Azevedo, e outros executivos estão presos pela Lava Jato, em Curitiba, desde 19 de junho, quando foram alvos da 14ª fase batizada de Operação Erga Omnes - que teve como alvos também o presidente e executivos da Odebrecht.
A força-tarefa do Ministério Público Federal ainda não denunciou nenhum dos empreiteiros por cartel ou fraudes em licitações. As acusações formais pelos dois crimes serão apresentadas em uma segunda etapa da Lava Jato, segundo os procuradores.
A Andrade Gutierrez informou que não vai comentar.
São Paulo - Os arquivos de computadores, HDs e pen drives de executivos da Andrade Gutierrez trouxeram para a Polícia Federal importantes dados para serem usados nos inquéritos sobre formação de cartel e fraude em licitações da Petrobras , no âmbito dos processos da Operação Lava Jato , em Curitiba.
São registros que indicam a divisão de obras entre as principais empreiteiras do "clube VIP", participação em concorrências para contratos para dar cobertura e uso de apoios políticos.
Um desses documentos é uma tabela com os campos "Convidados" e "Comentários", de empresas que participariam das obras e a situação de cada uma, armazenado em um pen drive do executivo da Andrade Gutierrez Antonio Pedro Campelo de Souza.
A PF destaca algumas dessas anotações. "AG (possivelmente Andrade Gutierrez): Participou DA O&M da Ref. Nordeste em troca da posição no Comperj", "Delta - Tem forte apoio político no local e no cliente >>>> Pedido Explícito" e "EIT - Pedido Explícito do Cliente >>>> Compensação Interna >>> Pedido do Ex MMM (Ex-Ministro de Minas e Energia)". A Delta e a EIT são outras duas empresas investigadas na Lava Jato.
Há ainda anotações que fariam referência à Odebrecht. "CNO - Ganhou 90 MMR$ na Ref. Nordeste com apoio da AG". A "Ref. Nordeste" é a Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, onde já foi comprovada a corrupção e fraudes. Há ainda referência à Camargo Corrêa, cujo os executivos já fizeram acordo de delação premiada admitindo propina na obra. "CCCC - Ganhou 90R$ na Ref. Nordeste com apoio da AG".
O juiz Sérgio Moro já condenou os executivos da Camargo Corrêa, identificada como "CCCC" na tabela- por corrupção e lavagem nas obras da Abreu e Lima, junto com o ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto Youssef - cotas do PP no esquema de fatiamento político da estatal, comandado ainda pelo PT e PMDB.
Os documentos confirmam a divisão de obras e combinação de licitações, com participação de empreiteira na "cobertura" de outras, avaliam os investigadores.
Em outro documento aberto dos arquivos apreendidos na empreiteira, foi encontrado uma planilha com informações de divisão do mercado entre as empreiteiras, problemas que podem ocorrer e como controlar o mercado.
"Aparentando ser através de influência, sorteios entre as empreiteiras 'amigas' e cotas para acomodar as demais construtoras, 'acomodar o mercado'", interpreta da PF.
O material foi anexado pela PF na última semana aos autos da Lava Jato. Executivos da Andrade Gutierrez são réus em uma ação penal aberta em agosto, acusados de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
O presidente da empreiteira, Otávio Marques Azevedo, e outros executivos estão presos pela Lava Jato, em Curitiba, desde 19 de junho, quando foram alvos da 14ª fase batizada de Operação Erga Omnes - que teve como alvos também o presidente e executivos da Odebrecht.
A força-tarefa do Ministério Público Federal ainda não denunciou nenhum dos empreiteiros por cartel ou fraudes em licitações. As acusações formais pelos dois crimes serão apresentadas em uma segunda etapa da Lava Jato, segundo os procuradores.
A Andrade Gutierrez informou que não vai comentar.