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Araújo diz que a relação Brasil-EUA terá "dimensão muito mais intensa"

Segundo o chanceler brasileiro, a nova etapa deverá ajudar a economia, gerar empregos e criar novas oportunidades de negócios

O secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, e o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Ernesto Araujo em entrevista coletiva no Palácio do Itamaraty, em Brasília (Ricardo Moraes/Reuters)

O secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, e o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Ernesto Araujo em entrevista coletiva no Palácio do Itamaraty, em Brasília (Ricardo Moraes/Reuters)

AB

Agência Brasil

Publicado em 2 de janeiro de 2019 às 12h25.

Última atualização em 2 de janeiro de 2019 às 15h04.

O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, disse hoje (2) que Brasil e Estados Unidos iniciam uma nova etapa nas relações bilaterais após reunião com o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, nesta manhã, no Palácio Itamaraty.

"Estamos no começo de uma nova etapa que será muito produtiva, tenho certeza, na relação entre Brasil e Estados Unidos. Uma etapa que criará instrumentos concretos, que vão ajudar nossa economia, a gerar empregos, novas oportunidades de negócios, novas iniciativas em todas as áreas, aproveitando muito trabalho que já foi feito, mas criando uma dimensão muito mais intensa na nossa relação", disse Araújo, em sua primeira declaração como chanceler.

"Trocamos ideias sobre nossa visão de mundo, de como trabalhar juntos pelo bem, por uma ordem internacional diferente, que corresponda aos valores dos nossos povos".

Perguntado sobre a nova política externa brasileira, Araújo disse que o Brasil está se "realinhando consigo mesmo, com seus próprios ideais, e o Itamaraty está se realinhando com o povo brasileiro".

"A nova relação com os Estados Unidos é uma consequência desse realimento interno do Brasil e com outros países igualmente", acrescentou.

Pompeo afirmou que o presidente Donald Trump quer estreitar as relações com o governo do presidente Jair Bolsonaro em diversas áreas, entre elas a econômica. Questionado sobre as críticas feitas por Trump sobre as relações comerciais "injustas" entre Estados Unidos e Brasil, Pompeo defendeu que o governo americano quer estabelecer oportunidades para os dois países.

"Às vezes é difícil para americanos fazer negócios no Brasil e, às vezes, é difícil para brasileiros fazerem negócios nos Estados Unidos também", disse o secretário de Estado, que participou da posse de Bolsonaro ontem (1º).

No dia 1º de outubro, Trump afirmou que o Brasil "está entre os mais duros do mundo" no trato com as empresas estrangeiras.

Angola

Antes de receber Pompeo, Araújo reuniu-se com o chanceler angolano Manuel Domingos Augusto. Na saída da reunião, Augusto disse que a cooperação econômica entre Brasil e Angola é muito boa, mas ainda "tem muito campo para evoluir".

"Acreditamos que o novo Brasil, com a dinâmica que pretende imprimir, vai, com certeza, contribuir não só para uma maior inserção do Brasil no mundo, mas também em termos de benefício da Comunidade de Países da Língua Portuguesa", disse o chanceler angolano.

Ele também citou a cooperação no combate à corrupção. "A luta contra a corrupção é uma das prioridades do meu governo e acabamos de saber que também é uma das prioridades do governo do presidente Bolsonaro".

Agenda

O ministro Ernesto Araújo terá agenda intensa neste primeiro dia de trabalho. Além das reuniões com o presidente da República e representantes estrangeiros, está prevista uma série de conversas com chanceleres e enviados especiais de vários países.

Araújo terá conversas com os ministros das Relações Exteriores Jacek Caputowicz (Polônia) e Maliki Osman (Cingapura), além dos enviados especiais Jeon Hae-cheol (Coreia do Sul), Yasuaki Yamaguchi (Japão) e Omar Alghabra (Canadá), assim como a ministra da Segurança Alimentar dos Emirados Árabes Unidos, Mariam al-Mehairi.

A cerimônia de transmissão do cargo de ministro das Relações Exteriores ocorrerá hoje às 18h, no Itamaraty.

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