Aprovar a anistia é quebra de decoro, afirma Janaína Paschoal
Ela chegou a dizer que a imprensa e os "movimentos", sem especificar quais, "precisam estar, em peso, na Câmara, hoje"
Estadão Conteúdo
Publicado em 24 de novembro de 2016 às 17h35.
Última atualização em 24 de novembro de 2016 às 21h25.
Personagem decisiva do impeachment da ex-presidente Dilma , uma das autoras da denúncia que tirou a petista do Palácio do Planalto, a advogada e professora de Direito Penal da USP Janaína Paschoal manifestou pelas redes sociais nesta quinta-feira, 24, sua indignação com a possibilidade de a Câmara aprovar uma proposta de anistia ao crime de caixa 2 durante a votação do projeto de lei de iniciativa popular das 10 Medidas de Combate à Corrupção.
"A cláusula de anistia é um acinte ao que o povo buscou nas ruas", disse Janaína em seu Twitter. Para ela, "aprovar a anistia é quebra de decoro" dos parlamentares e, mesmo que a proposta venha a ser derrubada pelo Supremo Tribunal Federal no futuro, os deputados que vierem a se beneficiar da anistia não poderão ser punidos.
"Se acusados tiverem sua punibilidade extinta com base na anistia, posterior decisão do STF não retroage", afirmou a professora.
Ela tuitou sobre o tema durante toda a manhã e o começo da tarde e chegou a pedir que a imprensa e os "movimentos", sem especificar quais, "precisam estar, em peso, na Câmara, hoje".
Em outra postagem, mais cedo, ela disse ainda esperar " que os parlamentares coloquem a mão na consciência e, se esse plano for real, recuem", em referência ao trecho que deputados articularam para incluir proposta e que previa a anistia, que foi divulgado pela imprensa nesta madrugada.