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Apreensão de armas justifica operação com 23 mortos, diz governador do Rio

Castro declarou que é preciso "saber diferenciar morador honesto, morador trabalhador, desses que às 4h30 da manhã andam em "bonde" fortemente armados

Cláudio Castro: o governador também ironizou as críticas de especialistas para a operação (Governo do Rio de Janeiro/Divulgação)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 30 de maio de 2022 às 12h29.

Última atualização em 30 de maio de 2022 às 12h38.

O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), defendeu nesta segunda-feira, 30, a operação da semana passada na Vila Cruzeiro, zona norte do Rio de Janeiro , que terminou com ao menos 23 mortos. Apesar de dizer que o governo "não celebra mortes", Castro declarou que é preciso "saber diferenciar morador honesto, morador trabalhador, desses que às 4h30 da manhã andam em 'bonde' fortemente armados, com metralhadoras e granadas".

As afirmações foram feitas no início da manhã, durante evento realizado em Copacabana, na zona sul do Rio, para anunciar o início do uso de câmeras em fardas de alguns batalhões da PM carioca.

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"Semana passada tivemos uma operação que foi muito criticada, mas é importante esclarecermos alguns pontos. O primeiro: foi uma operação que cumpriu totalmente os preceitos da ADPF [ que restringe operações em favelas do Rio ]. O Ministério Público estava devidamente avisado, e foi uma operação conjunta com três forças — Polícia Militar, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal", sustentou o governador.

Depois, ele justificou a operação apontando para o armamento apreendido na Vila Cruzeiro. "Somente as armas apreendidas já demonstram a necessidade que se tinha de fazer aquela operação. Uma operação que visava prender os líderes da facção criminosa mais perigosa do Rio de Janeiro", disse Castro.

O governador também ironizou as críticas de especialistas para a operação. "Eu, sinceramente, não vi nenhum especialista falando de outra maneira, do prisma daquela quantidade de armas, que disse combater a criminalidade. Eu, sinceramente, não consigo entender o que moradores, supostamente moradores, estão fazendo em 'bondes', com armas, metralhadoras e granadas, às 4h30 da manhã. A gente precisa saber diferenciar morador honesto, morador trabalhador, desses que às 4h30 da manhã andam em 'bonde' fortemente armados, com metralhadoras e granadas", reiterou o governador do Rio.

"Aquele que aponta a arma para o policial, aponta a arma para sociedade. Enquanto nós estivermos à frente, isso não será tolerado. Aqui nós não celebramos a morte de ninguém, muito pelo contrário. Nós lamentamos a morte", afirmou.

Além de defender a ação na Vila Cruzeiro, Cláudio Castro também citou a operação do ano passado na favela do Jacarezinho, a mais letal da história do Rio, que deixou 28 pessoas mortas.

A citação ao Jacarezinho aconteceu após um repórter indagar Castro se as câmeras serão levadas também para ações de policiais civis e forças especiais em operações nas favelas. Em resposta, Castro disse que isso acontecerá "quando houver um aprendizado" e que não pode colocar a vida dos policiais em risco.

"Às vezes essa turma da esquerda esquece que o policial é uma vida. Ele só pensa na vida do bandido, ele esquece da vida do policial", comentou o governador. "Por isso que aquele memorial lá, nós derrubamos ele. O nome do André não merecia estar junto com outros 27 vagabundos. O único herói aí que merecia um memorial aí era o André, que seu filho, que tem a idade do meu, chora até hoje", afirmou o governador.

O memorial citado foi um erguido na favela este mês com os nomes dos 28 mortos na operação do ano passado, incluindo o do inspetor da Polícia Civil André Leonardo de Mellor Farias. O monumento, porém, foi derrubado pela polícia. Um levantamento do Estadão mostrou que um terço dos mortos à época não tinha processo criminal.

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