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Dilma reúne lideranças para aplacar impactos do rebaixamento

A ação surpreendeu parlamentares e revelou, na prática, a adoção de uma nova postura da petista de conduzir pessoalmente a articulação política do governo

Dilma articuladora: a ação surpreendeu parlamentares e revelou, na prática, a adoção de uma nova postura da petista de conduzir pessoalmente a articulação política do governo (REUTERS/Ueslei Marcelino)
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Da Redação

Publicado em 11 de setembro de 2015 às 08h21.

Brasília - Poucas horas depois de o Brasil perder o grau de investimento, espécie de selo de bom pagador, da agência de risco Standard & Poor’s , a presidente Dilma Rousseff e o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, entraram em campo com as lideranças da base no Congresso numa tentativa de dirimir os impactos do anúncio na governabilidade.

Dilma telefonou para o presidente do Senado, Renan Calheiros, e para lideranças da Casa já na noite de quarta-feira, 10, momentos depois da divulgação do rebaixamento, para unificar o discurso em defesa do governo.

"Dilma vai fazer uma operação forte na base para deixá-la coesa. O governo vai agir, não tenha dúvida", ressaltou o líder do governo no Senado, Delcídio Amaral (PT-MS).

"Ela ligou para chamar a atenção da importância da reunião de coordenação", despistou o líder do governo no Congresso, senador José Pimentel (PT-CE).

Além dele, Dilma também procurou o líder da bancada do PT no Senado, Humberto Costa (PT-PE).

Nas ligações, a petista orientou que os pronunciamentos deveriam mostrar que o resultado apresentado pela agência de risco era preocupante, mas que ainda há soluções para serem implementadas.

Outra recomendação foi colocar em segundo plano ataques à agência. Gestos nesse sentido chegaram a ser ensaiados pelo próprio senador Delcídio que, minutos após o anúncio de rebaixamento, lembrou que a agência errou especialmente na crise de 2008 em relação aos Estados Unidos.

Articuladora

A ação surpreendeu parlamentares e revelou, na prática, a adoção de uma nova postura da petista de conduzir pessoalmente a articulação política do governo. Tal função até o mês passado estava nas mãos do vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB).

Em uma outra linha de ação para tentar garantir sustentação no Congresso, o ministro Aloizio Mercadante se reuniu ontem no Palácio do Planalto com lideranças do PP e do PR da Câmara para "resolver as pendências" relacionadas à distribuição de cargos do segundo e terceiro escalões e à liberação de emendas parlamentares das duas bancadas.

Somadas, as duas legendas têm 73 deputados e ocupam, respectivamente, os ministérios da Integração Nacional e dos Transportes.

O encontro não constou na agenda oficial do ministro até o fim do dia. Integrantes dos dois partidos se queixam da falta de celeridade na distribuição dos espaços do governo federal.

"Foi uma conversa ampla. É um momento de tensão, mas a tendência é de distensionar", ressaltou o líder do PP, deputado Eduardo da Fonte (PE).

A intervenção da presidente Dilma ocorre num momento em que lideranças da base aliada, pressionadas por um cenário de instabilidade política e econômica, buscam argumentos para tentar defender o governo em público.

Pedido

Na terça-feira, 9, a presidente havia se reunido com o presidente nacional do PSC, Pastor Everaldo, a quem pediu que a sigla reintegre a base. A bancada tem 13 deputados. O partido chegou a dar sustentação ao primeiro governo Dilma.

Everaldo foi adversário de Dilma na disputa pela Presidência da República no ano passado e estava mais ligado ao outro candidato, o senador Aécio Neves (PSDB-MG).

Também participaram da reunião o assessor especial da presidente, Giles Azevedo, e o líder do PSC na Câmara, André Moura (SE).

"Ela pediu para a gente se reaproximar do governo, para voltar a fazer parte base. Já fomos base no primeiro governo. Ela pediu para ajudar na Câmara, principalmente", afirmou o líder, que negou reaproximação.

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Brasília - Poucas horas depois de o Brasil perder o grau de investimento, espécie de selo de bom pagador, da agência de risco Standard & Poor’s , a presidente Dilma Rousseff e o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, entraram em campo com as lideranças da base no Congresso numa tentativa de dirimir os impactos do anúncio na governabilidade.

Dilma telefonou para o presidente do Senado, Renan Calheiros, e para lideranças da Casa já na noite de quarta-feira, 10, momentos depois da divulgação do rebaixamento, para unificar o discurso em defesa do governo.

"Dilma vai fazer uma operação forte na base para deixá-la coesa. O governo vai agir, não tenha dúvida", ressaltou o líder do governo no Senado, Delcídio Amaral (PT-MS).

"Ela ligou para chamar a atenção da importância da reunião de coordenação", despistou o líder do governo no Congresso, senador José Pimentel (PT-CE).

Além dele, Dilma também procurou o líder da bancada do PT no Senado, Humberto Costa (PT-PE).

Nas ligações, a petista orientou que os pronunciamentos deveriam mostrar que o resultado apresentado pela agência de risco era preocupante, mas que ainda há soluções para serem implementadas.

Outra recomendação foi colocar em segundo plano ataques à agência. Gestos nesse sentido chegaram a ser ensaiados pelo próprio senador Delcídio que, minutos após o anúncio de rebaixamento, lembrou que a agência errou especialmente na crise de 2008 em relação aos Estados Unidos.

Articuladora

A ação surpreendeu parlamentares e revelou, na prática, a adoção de uma nova postura da petista de conduzir pessoalmente a articulação política do governo. Tal função até o mês passado estava nas mãos do vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB).

Em uma outra linha de ação para tentar garantir sustentação no Congresso, o ministro Aloizio Mercadante se reuniu ontem no Palácio do Planalto com lideranças do PP e do PR da Câmara para "resolver as pendências" relacionadas à distribuição de cargos do segundo e terceiro escalões e à liberação de emendas parlamentares das duas bancadas.

Somadas, as duas legendas têm 73 deputados e ocupam, respectivamente, os ministérios da Integração Nacional e dos Transportes.

O encontro não constou na agenda oficial do ministro até o fim do dia. Integrantes dos dois partidos se queixam da falta de celeridade na distribuição dos espaços do governo federal.

"Foi uma conversa ampla. É um momento de tensão, mas a tendência é de distensionar", ressaltou o líder do PP, deputado Eduardo da Fonte (PE).

A intervenção da presidente Dilma ocorre num momento em que lideranças da base aliada, pressionadas por um cenário de instabilidade política e econômica, buscam argumentos para tentar defender o governo em público.

Pedido

Na terça-feira, 9, a presidente havia se reunido com o presidente nacional do PSC, Pastor Everaldo, a quem pediu que a sigla reintegre a base. A bancada tem 13 deputados. O partido chegou a dar sustentação ao primeiro governo Dilma.

Everaldo foi adversário de Dilma na disputa pela Presidência da República no ano passado e estava mais ligado ao outro candidato, o senador Aécio Neves (PSDB-MG).

Também participaram da reunião o assessor especial da presidente, Giles Azevedo, e o líder do PSC na Câmara, André Moura (SE).

"Ela pediu para a gente se reaproximar do governo, para voltar a fazer parte base. Já fomos base no primeiro governo. Ela pediu para ajudar na Câmara, principalmente", afirmou o líder, que negou reaproximação.

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