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Após Paraisópolis, Doria cria "Favela Fest" como alternativa aos pancadões

Governador negou que o lançamento do projeto tenha relação com a ação policial na favela de São Paulo que acabou com a morte de nove jovens

Doria: governador paulista criou programa como alternativa aos pancadões (Cleber Mata \ SECOM/Flickr)

Doria: governador paulista criou programa como alternativa aos pancadões (Cleber Mata \ SECOM/Flickr)

AO

Agência O Globo

Publicado em 13 de dezembro de 2019 às 15h39.

São Paulo - Depois da tragédia que matou nove jovens em um baile funk na favela Paraisópolis no último dia 1, o Governo de São Paulo, João Doria, anunciou nesta sexta-feira um festival de música em comunidades da cidade para ser alternativa aos pancadões.

O programa, apelidado de Favela Fest, acontecerá entre março e maio de 2020. O governador João Doria negou que o lançamento do projeto faltando três meses para seu início tenha relação com o desgaste que sofreu com a ação policial num baile funk em Paraisópolis há duas semanas e que deixou nove jovens mortos.

"Estamos trabalhando nesse projeto há quatro meses e anúncio agora já estava previsto. Temos que fazer o lançamento com antecedência porque temos a etapa de comercialização pela frente", afirmou Doria.

O Favela Fest fará um concurso para selecionar os melhores artistas de favelas e os vencedores se apresentarão num festival a ser realizado em maio no Memorial da América Latina, na capital.

O governador não quis antecipar nesta manhã informações sobre o laudo da Polícia Civil que constatou a causa da morte das vítimas do baile funk. Segundo o jornal "Folha de São Paulo", o laudo aponta sinais de pisoteamento nos corpos.

"Vamos aguardar o término das investigações. Prometemos transparência e vamos cumprir. Hoje a Polícia Civil e a Polícia Técnico-científica vão apresentar o laudo", disse o governador.

Doria afirmou que oferecerá indenização aos familiares dos jovens mortos se as investigações apontarem responsabilidade do estado nas mortes. O governador foi perguntando em entrevista coletiva se tomaria a mesma atitude que tomou no caso da tragédia da escola Raul Brasil, em Suzano, quando alunos foram mortos durante um atentado provocado por dois ex-alunos.

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