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Após onda de violência, Moro autoriza envio da Força Nacional ao Ceará

Cerca de 300 homens e 30 viaturas da Força Nacional seguem ainda nesta sexta para o estado e atuarão por 30 dias em ações de segurança

Força Nacional: caso necessário, o prazo de atuação da FN poderá ser prorrogado (Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

Força Nacional: caso necessário, o prazo de atuação da FN poderá ser prorrogado (Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

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Clara Cerioni

Publicado em 4 de janeiro de 2019 às 11h56.

Última atualização em 4 de janeiro de 2019 às 12h12.

São Paulo — O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, autorizou nesta sexta-feira (4), o envio das tropas da Força Nacional para o Ceará, após o estado registrar dois dias intensos de violência.

Cerca de 300 homens e 30 viaturas da Força Nacional seguem ainda nesta sexta para o estado e atuarão por 30 dias em ações de segurança e apoio à Polícia Federal (PF), à Polícia Rodoviária Federal (PRF), ao Departamento Penitenciário Nacional (Depen) e às forças policiais estaduais. Caso necessário, o prazo de atuação da FN poderá ser prorrogado.

A portaria foi publicada no site do Ministério da Justiça e Segurança Pública.

No fim da noite desta quinta-feira (3), Moro negou o envio imediato de tropas federais, mas disse que a Força Nacional foi mobilizada "para se deslocar ao Estado em caso de deterioração da segurança".

Ele determinou também que a Polícia Federal, a Polícia Rodoviária Federal e o Departamento Penitenciário Nacional tomassem providências para auxiliar o governo do Ceará no combate aos ataques por meio de investigação e repressão aos crimes registrados. O ministro incluiu na medida a oferta de vagas no sistema penitenciário federal.

Violência

Na quarta-feira (2), detentos da Casa da Privação Provisória de Liberdade, que fica em Fortaleza, começaram um motim que se estende até hoje.

Pelo menos 16 veículos foram incendiados, informou balanço divulgado pela Secretaria de Estado da Segurança Pública e da Defesa Social cearense e o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros.

Uma prefeitura, agências bancárias e delegacias também foram alvos de ataques incendiários. A Secretaria de Segurança afirmou que ocorreram 45 ataques em Fortaleza, Tinguá, Pacatuba, Horizonte, Maracanaú, Caucaia, Pindoretama, Eusébio, Morada Nova, Jaguaruana, Canindé, Piquet Carneiro, Morrinhos, Aracoiaba e Baturité.

Nesses dois dias, sete pessoas foram presas e quatro adolescente foram apreendidos em flagrante por suposto envolvimento nos crimes. Outras sete pessoas foram ouvidas e liberadas pela Polícia Civil, mas seguem em investigação.

De acordo com balanço parcial divulgado pela Secretaria de Segurança Pública do Ceará, dois suspeitos foram detidos, durante diligências das polícias Civil e Militar.

Uma mulher de 32 anos foi detida no Parque São José por portar uma garrafa com gasolina e outro homem, de 19 anos, foi preso por suspeita de participar da queima de um coletivo no início da tarde desta quinta.

Outras quatro pessoas, incluindo um menor de idade, foram detidas no Jardim Iracima com garrafas com gasolina. Todos foram ouvidos e liberados, mas a Polícia Civil continua a investigar suposta participação em outros crimes na capital.

O Comando Tático Motorizado (Cotam) prendeu dois homens suspeitos de destruir um fotossensor no bairro Moura Brasil. Um deles estava com mandado de prisão em aberto por furto e o outro tinha passagens por roubo e lesão corporal.

No bairro Conjunto Esperança, foram capturados outros dois suspeitos em veículo com placas clonadas. No porta-malas do veículos, os policiais apreenderam um galão vazio e uma caixa de fósforo.

No bairro Messejana, um trio foi detido pela equipe da Coordenadoria Integrada de Operações de Segurança pela tentativa de danificar um fotossensor na BR-116.

Entre os suspeitos estava um adolescente de 14 anos. Com o grupo foram encontrados uma câmera roubada do equipamento atacado e uma marreta artesanal.

(Com Estadão Conteúdo)

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