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Após morte, setor da Arena Pantanal é interditado

Ministério do Trabalho decidiu interditar "as atividades de manutenção e intervenção em linhas energizadas" do estádio de Cuiabá, futura sede da Copa do Mundo


	Arena Pantanal: operário morreu ao sofrer descarga elétrica quando instalava luminária
 (Marcos Lopes/Reuters)

Arena Pantanal: operário morreu ao sofrer descarga elétrica quando instalava luminária (Marcos Lopes/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 9 de maio de 2014 às 16h36.

Cuiabá - O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) interditou nesta sexta-feira um setor da Arena Pantanal, onde na quinta morreu o operário Muhammad'Ali Maciel Afonso, de 32 anos.

O órgão decidiu interditar "as atividades de manutenção e intervenção em linhas energizadas" do estádio de Cuiabá, futura sede da Copa do Mundo, após vistoria realizada ainda na quinta-feira.

Maciel Afonso morreu ao sofrer uma descarga elétrica quando fazia a instalação de uma luminária de 40 centímetros sob uma escada no nível 2, do Setor Leste da Arena.

Depois do acidente, a empresa para a qual o operário trabalhava, a Etel, garantiu que ele utilizava os devidos equipamentos de segurança.

A empresa integra o Consórcio CLE, responsável pela instalação dos equipamentos de tecnologia, informação e comunicação do estádio.

Ainda na noite de quinta, o secretário extraordinária da Copa, Maurício Guimarães, confirmou que ele não usava luvas quando correu o acidente.

E, segundo o chefe da fiscalização da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego de Mato Grosso, José Almeida, houve desvio de função porque o operário não estava capacitado para exercer a função de eletricista.

De acordo com Almeida, a interdição de parte da Arena será mantida até que a empresa Etel comprove a segurança operacional para o trabalho dos operários.

"O que aconteceu nesse setor pode acontecer em outro porque não há um procedimento de trabalho. É uma questão preventiva. Estamos observando aqui o princípio da prevenção", disse o chefe da fiscalização.

Quanto ao suposto desvio de função de Maciel Afonso, a procuradora do Trabalho, Marselha Silvério de Assis, instaurou no Ministério Público do Trabalho (MPT) um inquérito civil para apurar a responsabilidade das empresas no caso.

"O direito ao meio ambiente do trabalho saudável decorre do direito do trabalhador à saúde e à segurança e está garantido na Constituição Federal. A CLT [Consolidação das Leis Trabalhistas], por sua vez, determina que o cumprimento das normas trabalhistas e, por consequência, a manutenção da saúde do trabalhador, é dever do empregador, razão pela qual necessária se faz a investigação das causas do acidente ocorrido", declarou.

Acidente

De acordo com os peritos da Polícia Técnico-Científica (Politec), que estiveram no local do acidente, Maciel Afonso também sofreu uma queda da escada depois de levar a descarga elétrica.

A queda, que não havia sido confirmada pelas autoridades na quinta, teria sido atestada por um corte na cabeça do operário.

A causa da morte, contudo, teria sido mesmo a descarga de 220 volts.

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