Temer volta a Brasília para encarar novos problemas
ÀS SETE - Ele teve a sonda urinária, que carregava desde a última quarta, quando passou mal, retirada no último domingo e recebeu alta na segunda
Da Redação
Publicado em 1 de novembro de 2017 às 06h38.
Última atualização em 1 de novembro de 2017 às 07h24.
O presidente Michel Temer retorna a Brasília hoje depois de ter passado por uma raspagem da próstata no último sábado em São Paulo. Ele teve a sonda urinária, que carregava desde a última quarta, quando passou mal, retirada no último domingo e recebeu alta na segunda, mas com recomendação de permanecer na cidade por mais dois dias.
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Mesmo em repouso, o presidente seguiu com articulações. Ontem, recebeu o ministro da Secretaria de Governo, Antonio Imbassahy (PSDB-BA), para tratar da proposta de privatização da Eletrobras.
Temer pediu para o ministro avisar o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que a proposta não será feita por meio de medida provisória, conforme chegou a ser especulado, e sim por meio de projeto de lei. Os projetos têm uma maior abertura para serem discutidos do que as MPs.
Maia temia que o governo enviasse uma MP para evitar dialogar com o Congresso.
Ainda em São Paulo, Temer ouviu uma nova acusação contra ele. O doleiro Lúcio Funaro disse que o presidente recebeu 2,5 milhões de reais do Grupo Bertin em troca da liberação de recursos vindos do Fundo de Investimentos do FGTS (FI-FGTS), que é administrado pela Caixa e é uma área com influência história do PMDB.
O Bertin tem uma história parecida com a da JBS, pivô do principal escândalo do governo Temer. Começou como um frigorífico e expandiu para outras áreas da economia por meio de financiamentos públicos. O delator Funaro disse que a propina paga a Temer teve origem em financiamentos direcionados à área de energia do grupo e que o dinheiro chegou ao presidente por meio de doações ao diretório nacional do PMDB.
Em Brasília, o presidente deve receber a “fatura” dos deputados do centrão. O bloco não gostou da articulação de Temer para manter o PSDB no governo até abril do ano que vem, mesmo depois de o partido ter votado majoritariamente pelo prosseguimento da denúncia contra o presidente. É a data para a descompatibilização de ministros que querem concorrer a cargos públicos, e provável desembarque de partidos que apoiam, mas pretendem se distanciar da péssima imagem do presidente com vistas à 2018.
Para o centrão, o PSDB não é mais necessário na base, já que votará a favor das possíveis reformas por ideologia, e o governo não precisa mais ser salvo como aconteceu nas denúncias. Assim, o bloco quer logo o acesso aos quatro ministérios ocupados pelo partido.