Após inconsistências, TSE confrontará delatores da Odebrecht
A acareação será feita entre Marcelo Odebrecht, Hilberto Mascarenhas e Cláudio Melo, que depuseram na ação da chapa Dilma-Temer nas eleições de 2014
Estadão Conteúdo
Publicado em 7 de março de 2017 às 17h46.
Brasília - Diante de diferentes fatos narrados no âmbito da ação que apura se a chapa de Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (PMDB) cometeu abuso de poder político e econômico para se reeleger em 2014, o ministro Herman Benjamin, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), decidiu fazer uma acareação entre três delatores da Odebrecht que já prestaram depoimento à Justiça Eleitoral.
Segundo o TSE, a acareação será feita na próxima sexta-feira, 10, às 16h, entre Marcelo Odebrecht, Hilberto Mascarenhas e Cláudio Melo.
Apenas Cláudio Melo virá pessoalmente ao edifício-sede do TSE, em Brasília; Hilberto e Marcelo participarão da acareação por meio de videoconferência, informou a Corte Eleitoral via assessoria de imprensa.
O ex-executivo da Odebrecht Hilberto Mascarenhas afirmou em depoimento ao TSE que o Departamento de Obras Estruturadas da empreiteira, conhecido como "departamento da propina", desembolsou U$ 3,39 bilhões em caixa 2 entre 2006 e 2014.
Já o ex-diretor de relações institucionais da Odebrecht Alexandrino Alencar afirmou que a empreiteira pagou R$ 7 milhões para cada um desses três partidos: PROS, PC do B e PRB, num total de R$ 21 milhões.
Segundo o Broadcast Político apurou, Alexandrino disse ao ministro Herman Benjamin, relator da ação que pode levar à cassação da chapa Dilma-Temer, que os pagamentos foram feitos via caixa 2 para garantir o apoio político dessas siglas à chapa que unia PT e PMDB na campanha presidencial de 2014.
Na semana passada, o executivo Marcelo Odebrecht, herdeiro e ex-presidente do grupo que leva seu sobrenome, afirmou que 4/5 das doações para a campanha presidencial de Dilma Rousseff tiveram como origem o caixa 2.
O ministro Herman Benjamin também decidiu pedir ajuda ao juiz federal Sérgio Moro, responsável por conduzir a Lava Jato na primeira instância.
O ministro pediu que fossem compartilhadas com o TSE "provas documentais ou outras" que digam respeito à campanha eleitoral de 2014.